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MPF diz que enviou um pedido de informações à Sejusp sobre depoimentos e ações realizadas na área
O impasse entre indígenas e fazendeiros na fazenda Santa Maria em Caarapó, a 264 km de Campo Grande, rendeu outro capítulo. Após uma operação deflagrada Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (SEJUSP) e a Força Nacional, que retirou indígenas da propriedade, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para investigar a ação. A medida foi tomada na tarde da última terça-feira (28).
De acordo com o boletim de ocorrência, os índios são da etnia Guarani Kaiowá. Um grupo de 50 indígenas teriam ateado fogo na pastagem, levado porcos e invadido a sede da fazenda. Ao menos um deles foi preso, por se recusar deixar o local.
Segundo o MPF, por decisão da Ministra Carmem Lúcia do Supremo Tribunal Federal (STF), a permanência do índios no local estava assegurada, pois em suas decisão, a magistrada determinou que esse direito estava contemplado até o fim de demarcação fosse julgado .
Ainda de acordo com o MPF, já foi realizado o envio do pedido de informações para a polícia civil, polícia militar e Sejusp sobre depoimentos e ações realizadas na área.
Em contrapartida, a Sejusp informou que "a operação foi realizada com o objetivo de restabelecer a ordem após a denúncia de um grupo de indígenas terem praticado roubo qualificado, cárcere privado, danos de grande monta e crimes ambientais. Uma pessoa foi presa em flagrante e encaminhada para a delegacia de Caarapó e vários objetos roubados foram localizados na área da propriedade em barracos montados por indígenas”.
A Sejusp ainda relatou que foram empregados policiais militares da região, além do Departamento de Operações de Fronteira e o helicóptero do Grupamento de Policiamento Aéreo. “Já os Bombeiros MIlitares acompanharam a operação para atender eventuais feridos e apagarem o incêndio provocado pelos indígenas. A Equipe da Força Nacional de Segurança, que já haviam sido solicitada pelo Estado, devem chegar nos próximos dias para atuar na região”.
E finalizou a nota dizendo que “as ações foram calcadas na da legalidade, a situação era grave e poderia tomar maiores proporções, caso não houvesse a rápida intervenção policial. Não iremos comentar a posição do MPF”.
Quadro violento
A fazenda Santa Maria tem mais de 2 mil hectares de área, 200 deles estão ocupados desde 2016. Ela fica ao lado da fazenda Yvu, onde há 2 anos, um conflito entre fazendeiros e indígenas deixou 8 feridos e um indígena foi morto. Na época, 5 produtores rurais foram presos.
Desta vez
As vítimas foram retiradas da propriedade rural e os indígenas permaneceram no limite da fazenda. O caso foi registrado como cárcere privado, roubo e desobediência. No caso do suspeito preso, ele passou por exames de corpo de delito e terá o agravante de desobediência.