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Polícia Segunda-feira, 05 de Dezembro de 2016, 15:30 - A | A

Segunda-feira, 05 de Dezembro de 2016, 15h:30 - A | A

Assassinato na Máxima

Preso é encontrado morto na Máxima e sindicato acredita em “queima de arquivo”

9 presos da cela 413, são apontados como autores do assassinato

Flavia Andrade
Capital News

Marcelo Victor/arquivo Capital News

Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande

Penitenciária de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande

O detento Adonias Silveira Felipe, 33 anos, foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (5), em sua cela no Presídio de Segurança Máxima da Capital. A primeira impressão era de que o detento havia cometido suicídio, pois foi encontrado com uma corda artesanal enrolada ao pescoço, porém, após peritos avaliarem o local, foi constatado que 9 presos da cela 413, haviam cerrado as grades da cela, conseguindo acesso ao corredor e quebrado o cadeado da cela 408, realizando a “queima de arquivo”, e o pendurando para simular um suicídio.

A pericia coletou os dados e tirou fotos dos 9 detentos envolvidos, pois os mesmos tem escoriações pelo corpo, deixadas ao passarem por um espaço pequeno para ter acesso ao corredor. “O vídeo monitoramento neste local não funciona e o número de presos fora da cela era superior ao número de plantonistas no momento, apenas 8 agentes penitenciários fazem a ronda durante a noite para proteção dos detentos, e segundo assessoria, o setor é considerado um setor isolado, onde os agentes não ficam na parte da noite no local, ficando apenas na parte baixa do prédio fazendo a segurança”, de acordo com o assessor de comunicação da SINSAP(Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato grosso do Sul) Andre Santiago.

Ainda segundo o assessor, a falta de segurança nos presídios e a falta de número significativo de agentes penitenciários é um ponto frágil para o funcionamento do sistema. “Por mais que o governador Reinaldo Azambuja anuncie contratação de 438 agentes, esse número representa aumento de apenas 1,6% por plantão, havendo necessidade de maior número de contratação para atender com folga os presos do Estado”.

A SINSAP ainda questiona o fato de o governador querer os agentes penitenciários atendendo as delegacias, quando não há efetivo suficiente para atender os presídios do Estado, que estão superlotados e com quantidade de efetivo abaixo do necessário.

Os presos envolvidos no homicídio foram encaminhados a atendimento para tratar das escoriações e estão em isolamento temporário.

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