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Polícia Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009, 09:59 - A | A

Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009, 09h:59 - A | A

Profissionais da área de Justiça e Segurança Pública discutem estratégias de enfrentamento ao contrabando

Marcelo Eduardo - Redação Capital News

Profissionais da área de Justiça e Segurança Pública participam do 1º Seminário de Enfrentamento à Concorrência Desleal, realizado no auditório do hotel Novotel, na Capital. O encontro visa discutir alternativas e políticas públicas de enfrentamento à comercialização de produtos contrabandeados e fruto de descaminho.

A principal mercadoria fruto de descaminho é o cigarro vindo do Paraguai, segundo a ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação). São 30 bilhões de unidades de cigarro trazidos de forma irregular ao País todos aos anos.

Para o presidente da entidade, Fernando Ramazzini, a principal solução para o problema seria promover a conscientização dos consumidores brasileiros. “O brasileiro tem costume de pagar baratinho, mas, o baratinho pode sair caro. O produto paraguaio tem vários elementos que não se usam na formulação do cigarro há vinte anos. Isso é que mata o brasileiro.”

A dificuldade maior nesta sensibilização seria a diferença de preço em prol do produto paraguaio, diz Ramazzini. “O cigarro paraguaio chega ao Brasil e é vendido em média a R$ 1,80, enquanto o cigarro nacional chega ao consumidor numa média de R$ 3,50. Aqui, no Brasil, os fabricantes são taxados com 61% de impostos. Lá, no Paraguai, a taxa é de 9%. É uma diferença enorme. No Brasil, são catorze empresas. Lá, são 94. Metade do que eles fabricam vêm para o Brasil, mas eles mandam também para África e Argentina.”

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“O cigarro paraguaio chega ao Brasil e é vendido em média a R$ 1,80, enquanto o cigarro nacional chega ao consumidor numa média de R$ 3,50", diz Fernando Ramazzini, presidente da ABCF
Foto: Deurico/Capital News

Fiscalizações nas estradas seriam a forma de combate mais eficaz, diz Ramazzini. “Não tem como colocar policiais em toda a fronteira cerca brasileira, que são 600 quilômetros. Mas, essas mercadorias não chegam carregadas nas mãos. Elas vêm em carretas. As carretas vêm por estradas. Então, a PF [Polícia Federal] e a PRF [Polícia Rodoviária Federal] têm que reforçar aí.”

Conforme dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Mato Grosso do Sul é responsável por 26% do total de apreensão de cigarros produtos de descaminho que seriam vendidos no Brasil. Ao todo, são aproximadamente 7 milhões de pacotes recolhidos por ano em todo o País.

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“A PRF tem trabalhado com parcerias e Mato Grosso do Sul é um estado privilegiado porque as instituições se falam muito bem”, diz o superintendente substituto da PRF, Luiz Sérgio Pinheiro
Foto: Deurico/Capital News

A PRF tem trabalhado com parcerias e Mato Grosso do Sul é um estado privilegiado porque as instituições se falam muito bem. E estamos cada vez mais utilizando nosso serviço de inteligência”, diz o superintendente substituto da instituição, tenente-coronel Luiz Sérgio Pinheiro, ao comentar sobre as estratégias de combate ao tráfico e ao descaminho.

Ele explica que as maiores dificuldades encontradas pela PRF são as “especializações” dos contrabandistas. “Estão cada vez mais usando os bagageiros dos ônibus de passageiros interestaduais como contêineres de produtos ilegais. Estão usando batedores, cada vez mais estradas vicinais e sistema de comunicação.”

O evento vai até às 15h40, com palestras sobre o assunto. O local é o auditório do hotel Novotel, que fica na avenida Mato Grosso, 5555, bairro Jardim Copacabana, em Campo Grande.

Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

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