O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun (MDB) concedeu coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (23), em Campo Grande, e descartou a possibilidade de se candidatar nas Eleições deste ano. Marun falou ainda sobre o adiamento da votação da Reforma da Previdência este ano e da possível ajuda financeira do governo federal aos municípios atingidos pela cheia em Mato Grosso do Sul.
Ao ser questionado sobre as eleições, o emedebista citou os nomes cogitados por seu grupo político para concorrer à Presidência da República, elencando como possibilidades a candidatura do deputado federal e presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), e o ministro Henrique Meirelles. Outra possibilidade seria apoiar a candidatura do governador de São Paulo (PSDB). Segundo Marun, apesar de terem deixado a base Governo Temer, os tucanos mantêm uma agenda reformista, o justificaria o apoio.
“A reforma sai do Congresso e vai para o palanque. Ela vai ser discutida nas próximas eleiçõe e que sabe se não é esta a melhor solução? O que esperamos da população é que a população não acredite em ‘fake news, não acredite em mentiras. E eu posso afirmar aqui de forma peremptória, quem vier a se eleger dizendo que a reforma da Previdência não é necessária está mentindo”, disse o ministro aos jornalistas.
Esse é o maior risco que o Brasil corre nas Eleições, a eleição de alguém que se eleja mentido para o população ”, enfatizou Marun, sendo categórico ao dizer que a não aprovação da reforma previdenciária inviabilizaria o país economicamente. “O presidente Michel Temer poder ser candidato, sim, porque ele é elegível, mas não tem sinalizado essa vontade, e e nem eu”, afirmou o ministro.
O que pensa o setor produtivo
A decisão do Governo Federal de suspender as discussões sobre a Reforma da Previdência Social no Congresso Nacional enquanto durar a intervenção no Estado do Rio de Janeiro é considerada apenas um adiamento do problema. A avaliação é do presidente da Fiems, Sérgio Longen, completando que o Executivo fez uma análise política do projeto, contou os votos e chegou à conta que não teria a quantidade suficiente para aprovar a reforma.
“A minha conta era diferente e penso que a reforma deveria ir para a votação no plenário da Câmara dos Deputados. Se o Governo perdesse, nós teríamos de quem cobrar a conta, ou seja, dos parlamentares que tivessem votado contra. O deputado federal que se posicionasse contrário à Reforma da Previdência, no futuro, quando o aposentado parasse de receber seus benefícios, nós poderíamos chegar junto a esse parlamentar e cobrar da conta. Poderíamos transferir esse ônus da não votação do projeto”, analisou Sérgio Longen.
O presidente entende que o projeto da Reforma da Previdência era do Executivo, que entendeu por bem retirá-lo da pauta e, portanto, é uma responsabilidade do Governo Federal. “Na minha avaliação, as questões polêmicas devem ser votadas para serem aprovadas ou rejeitadas, mas não simplesmente engavetadas ou retiradas da pauta. O Governo Federal demonstrou com clareza que não tem dinheiro para honrar os gastos públicos e, mesmo assim, retira do Congresso Nacional o projeto de Reforma da Previdência. Como vai ser o custeio dessa conta, de que forma a União vai pagar esses gastos? Será que o Governo vai vender estatais? E quando acabar esse ativo, vai pagar como? Por isso que eu defendo que o projeto da reforma avance”, avaliou.