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Política Sexta-feira, 29 de Setembro de 2017, 17:11 - A | A

Sexta-feira, 29 de Setembro de 2017, 17h:11 - A | A

Justiça

Alvo de ação do MP, Bernal fala em “perseguição implacável” e em deixar a política

Juiz determinou o bloqueio de mais de R$ 2,5 milhões de bens, em ação que apura suposto enriquecimento ilícito na compra de apartamento

Flávio Brito
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Alcides Bernal

Alcides Bernal nega irregularidade e reclama

Depois de ser alvo de mais uma decisão desfavorável na Justiça, o ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), fala em abandonar a política. “Talvez eu deixe a política, pois a perseguição é desmedida e implacável. O que me dá força são a fé em Deus e o incentivo do povo”, desabafou, em conversa com a reportagem do Capital News.

O juiz Alexandre Antunes da Silva, 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou o bloqueio de R$ 2.568.000 de bens de Bernal, atendendo ao pedido do MPE (Ministério Público Estadual), por meio do promotor Marcos Alex Vera, em ação que apura suposto enriquecimento ilícito, na compra de um imóvel, em 2013, no valor de R$ 1,5 milhão.

“Respeito o Dr. Alexandre e o Dr. Marcos Alex. Ainda não fui ouvido, nem fui intimado nesse processo. Assim que tivermos oportunidade de nos manifestarmos no processo, certamente, dirimiremos as dúvidas apresentadas ou existentes. Respeito o MP e o Judiciário, também às autoridades”, disse Bernal.

“Na verdade, nesse caso eu me endividei por 25 anos e não enriqueci, conforme ficou dito na ação”, disse o dirigente do Partido Progressista, sobre a compra do apartamento edifício Parque das Nações, em 2013. Bernal teria dado uma entrada de R$ 642 mil pelo imóvel e financiado o restante do valor, pela Caixa Econômica federal.

“Nesse sentido, verifica-se que os elementos probatórios coligidos no sautos comprovam que o requerido adquiriu o imóvel de matrícula n. 211.589 no valor de R$ 1.500.000; para tanto, pagou R$ 642.000 com recursos próprios e o restante mediante financiamento bancário. Igualmente, evidenciam que o valor pago com recursos próprios (R$642.000,00) do requerido é incompatível com seus rendimentos declarados perante o Fisco”, afirma Antunes da Silva, em sua decisão.

O mesmo imóvel já havia sido objeto de procedimento preparatório de inquérito do MPE, que foi arquivado em 7 de janeiro de 2017. À época, a decisão foi homologada por unanimidade pelo Conselho Superior do Ministério Público Estadual e divulgada em Diário Oficial. “É importante registrar que, além de ser político (vereador duas vezes, deputado e prefeito), mas também tenho outras atividades que me sustentam (advogado, empresário e comunicador de  rádio e TV por 30 anos). Confio na Justiça”, garante Bernal.

“Notifique-se o requerido para, querendo, apresentar manifestações preliminares, que poderão ser instruídas com documentos e justificações, dentro do prazo de 15 dias”, determina o juiz.

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