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Política Terça-feira, 18 de Abril de 2017, 09:11 - A | A

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Ex-diretores Odebrecht

Delatores da Lava Jato denunciam propina de R$ 2,3 milhões para financiar campanha de reeleição de André Puccinelli

Edson Giroto, então secretário de obras do governo André, aparece como negociador em esquema de propina

Liniker Ribeiro
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Puccinelli se torna réu em ação por coagir servidores em 2012

Edson Giroto teria participado de negociações para favorecer Puccinelli

Delação de João Antônio Pacífico

André Puccinelli, ex-governador de Mato Grosso do Sul, foi citado pelos ex-diretores da construtora Odebrecht, João Antônio Pacífico e Pedro Leão, durante depoimento de delação premiada pela Operação Lava Jato. Segundo os delatores, o político teria recebido R$ 2,3 milhões em propina para custear sua campanha de reeleição ao Governo, no ano de 2010.

De acordo com denúncia publicada pelo site G1, os ex-diretores afirmaram que André, conhecido como “Pizza” nas planilhas do departamento de propina da empreiteira, regularizou uma dívida antiga do estado por conta de obras em uma rodovia, ao repasse de 10% para sua campanha, tudo em caixa 2.

Pedro Leão revelou que o então governador pediu desconto pessoalmente pela dívida orçada em R$ 79 milhões, como forma de servir de justificativa para o estado pagar o débito de forma mais rápida. “E o então governador André Puccinelli me disse expressamente que estava buscando a sua reeleição e que e que precisava de apoio financeiro para sua campanha”, afirmou o delator.

Ainda segundo ele, os juros deixaram de ser cobrados e a dívida final ficou c70% mais barata. Mesmo assim, para poder receber, a empreiteira teria que repassar a quantia solicitada por Puccinelli para custear sua campanha.

Edson Giroto, na época nomeado secretário de obras pelo governo André e candidato a deputado federal naquele ano, aparece na delação como negociador, chegando a apresentar João Amorim para atuar como operador financeira do esquema. Ao que tudo indica, Giroto também aproveitou das vantagens de seu cargo para pedir mais dinheiro, que seria usado em sua campanha própria. O candidato sul-mato-grossense teria recebido então R$ 300 mil durante.

Apesar de Giroto ter sido o responsável pelas negociações, João Amorim é quem viajava para São Paulo para receber a propina, conforme o delator. 

Capital News tentou contato com os citados na delação premiada, mas não obtivemos êxito até o fechamento desta reportagem.

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