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Política Quinta-feira, 11 de Maio de 2017, 16:33 - A | A

Quinta-feira, 11 de Maio de 2017, 16h:33 - A | A

Lava Jato

Em depoimento, ex-presidente Lula afirma não existir provas contra ele

Depoimento durou cerca de cinco horas na sede da Justiça Federal em Curitiba

Jhefferson Gamarra
Capital News

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, na tarde de ontem (10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que não existe provas contra ele.

Reprodução/YouTube

Em depoimento, ex-presidente Lula afirma não existir provas contra ele

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em depoimento ao juiz Sergio Moro


Lula atacou com veemência o trabalho do Ministério Público. "Como eu considero esse processo ilegítimo e a denúncia uma farsa, estou aqui em respeito à lei, à Constituição, mas com muitas ressalvas aos procuradores da Lava Jato", disse o ex-presidente, que afirma que o Ministério Público e a Polícia Federal estão cometendo “excessos”.

O petista é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina em contratos entre a OAS e a Petrobras, o  Ministério Público Federal alega que os valores foram destinados ao ex-presidente por meio do repasse e reforma do apartamento Edifício Solaris, no Guarujá, e do armazenamento do acervo presidencial. Lula negou todas as acusações.

Caso Triplex do Guarujá

Quando perguntado sobre o apartamento, Lula afirmou que não existe escritura ou outros documentos em seu nome que certifiquem que o triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá seria dele.

“Espero que o doutor Moro tenha recebido do Ministério Público a prova concreta, cabal, de que o apartamento é meu.”
“A verdade é o seguinte: não solicitei, não recebi, não paguei e não tenho nenhum tríplex”, completou o ex-presidente.

Repasses da OAS

Ao ser questionado sobre repasses da empreiteira OAS, por meio de uma “conta-geral” administrada pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, Lula respondeu, “Não conversava de finanças do PT. Eu não era da direção do PT. Ponto. Ele era tesoureiro do PT e eu não era. O PT não tinha que prestar contas a mim”.

Pedido para destruir provas

Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS afirmou em delação premiada que Lula o procurou em 2014 para saber se a empreiteira tinha registros documentais do pagamento de propinas e que na ocasião o ex-presidente pediu para que as provas fossem destruídas.
Lula negou. “Encontrei o Léo Pinheiro mais de uma vez, e jamais disse o que ele falou” Segundo ele, naquela época de crise econômica, empresários o procuravam para pedir orientações sobre o que fazer para contornar as dificuldades. “Inclusive o Léo”, completou.

Acervo  

O Juiz Sergio Moro e os procuradores do Ministério Público Federal apresentaram uma fotografia com as inscrições “sítio” e “praia”.  Segundo os procuradores, esse contêiner tinha parte do acervo presidencial, que estava no Palácio da Alvorada.

Questionado sobre o assunto Lula respondeu, “Quem pode responder o que tava dentro dessa caixa é quem foi investigar, é quem abriu as caixas. Eu nunca abri uma caixa, nunca visitei o acervo, não sei o que tem dentro. […] O fato de estar escrito ‘praia’ é porque eu ia à praia quando era presidente. Não quer dizer nada”, respondeu Lula.

Troca de farpas

Ao final do depoimento, o ex-presidente criticou e disse que a denúncia contra ele foi baseada em notícias jornalísticas que levaram os procuradores a produzirem “uma apresentação de PowerPoint” mentirosa e com uma tese política.

“Eu conheço os vazamentos. Eu sei dos vazamentos. É como se o Lula tivesse, pela imprensa, pelo Ministério Público, sendo procurado. […] Se adotou a política de primeiro a imprensa criminalizar”, disse.

Moro rebateu Lula e disse que a imprensa influencia seu julgamento. “Essa acusação é pública. Não existem vazamentos em relação a essas ações penais. O senhor pode ter certeza de que o processo será julgado com base nas provas e na lei e serão levadas em consideração essas declarações que o senhor fez a esse respeito. Este não é o foro próprio para o senhor reclamar do tratamento da imprensa. O juiz não tem relação com o que a imprensa publica.”

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