Campo Grande Segunda-feira, 13 de Maio de 2024


Política Terça-feira, 27 de Março de 2018, 12:55 - A | A

Terça-feira, 27 de Março de 2018, 12h:55 - A | A

Em Brasília

“Impossível controlar criminalidade no Rio sem cuidar das fronteiras no MS”, diz Fábio Trad

Parlamentar cita dados do Monitor da Violência e pediu retomada dos investimentos no Sisfron

Flávio Brito
Capital News

Câmara dos Deputados

“Impossível controlar criminalidade no Rio sem cuidar das fronteiras no MS”, diz deputado Fábio Trad

Parlamentar usou a Tribuna para falar da violência

O deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (26) para apelar ao Governo Federal e demais autoridades públicas que repensem os constantes cortes de investimentos no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).

 

Citando dados do último Monitor da Violência, que apontam para o aumento de 35% no número de homicídios em Mato Grosso do Sul entre 2011 e 2017, o parlamentar destacou a relação direta das estatísticas com o crescente tráfico de entorpecentes na fronteira. “Meu Estado faz divisa com o Paraguai e com a Bolívia. O Sisfron dialoga diretamente com os sistemas de inteligência que detectam as informações do tráfico internacional. Diminuir o investimento agora, nesse contexto de recrudescimento da violência é contraproducente, é um ato de inconsequência política”, advertiu o parlamentar, dirigindo-se à presidência da mesa diretora, à Presidência da República, Ministério da Justiça e ao recém-criado Ministério da Segurança Pública.

 

Por motivos de cortes e contingenciamentos, nos últimos dois anos os recursos para o Sisfron despencaram para menos da metade (de R$ 285 milhões para R$ 132 milhões) e no primeiro trimestre de 2018 o valor gasto já é 16% menor que igual período de 2017, conforme as informações divulgadas pela assessoria de imprensa do parlamentar. Além disso, em um ano o governo Temer cortou pela metade os investimentos planejados pelo Exército na defesa das fronteiras de Mato Grosso do Sul, que cobrem uma extensão de 650 quilômetros da fronteira do Estado, nos limites com a Bolívia e o Paraguai, correspondente a 4% de todas as divisas do país.

 

“Definitivamente é impossível controlar a criminalidade no Rio de Janeiro sem cuidar das nossas fronteiras, que é por onde passam as armas e os entorpecentes que financiam toda a criminalidade e vitimam os cariocas”, acrescentou.

 

O parlamentar destacou as vítimas da violência na região de fronteira do Mato Grosso do Sul. “As principais vítimas são as mulheres, índios e jovens negros. A taxa de homicídios é de 18,2 pessoas por 100 mil habitantes no Estado, mas entre os negros esse número salta para 28,5. Chama a atenção também a dinâmica do conflito, da vingança e da arma de fogo e o encarceramento em MS, o maior do Brasil por 100 mil habitantes. Temos que discutir políticas públicas para essa problemática”, disse.

 

Por fim, Fábio Trad comentou a análise feita pelo Secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, que apontou alguns caminhos no combate à violência. “Quero repercutir o que disse o Secretário: o que precisamos no Estado é de uma forte ação das Forças Policiais na prevenção e repressão ao tráfico e aos crimes dele decorrentes, com grupos especializados, como Departamento de Operações de Fronteiras, Delegacia Especializada de Crimes de Fronteiras, além da capacitação do efetivo ordinário do efetivo das forças policiais de toda a faixa de fronteira”.

 

Comente esta notícia

Carlos Augusto Correia Sampaio 28/03/2018

Realmente, o SISFRON é um sistema que atenderia perfeitamente na prevenção deste problema do Rio de Janeiro, ele é muito mais do que preventivo é um sistema seguro também, se houvesse seriedade dos presidentes que estavam em posse na época(Lula e Dilma), quando foi entregue ao Exército, com certeza teríamos um país mais seguro hoje. Tive a honra de fazer parte da equipe que documentou o projeto base desse Sistema e vi o quanto foi muito bem planejado e escrito, técnicos especialistas e engenheiros viraram noites para atender o Exército em sua necessidade, pois lá tem pessoas altamente capacitadas para executar este trabalho, e certamente se as forças armadas recebessem a verba necessária, não teríamos este cenário trágico no Brasil. Porque não conseguimos investir em nós mesmos? Temos pessoas altamente capacitadas neste país, o que não temos são políticos presidênciáveis com capacidade de governar de forma inteligente e honesta, nas forças armadas temos o patriotismo e ordem, isso basta para tenhamos progresso. O meu país precisa dar prioridade no que é prioritário.

positivo
0
negativo
0

1 comentários

1 de 1

Colunistas LEIA MAIS