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Política Segunda-feira, 07 de Março de 2016, 10:49 - A | A

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Denúncias “apimentadas”

Marun diz que delação de Delcídio é o “atestado de óbito” de Dilma

Deputado peemedebista avalia que conteúdo de depoimento do senador petista é “combustível” para deixar processo de impeachment mais consistente

Gilmar Lisboa
Capital News

Deurico/Capital News

Marun diz que delação de Delcídio é o “atestado de óbito” de Dilma

Para Marun, governo de Dilma foi "ferido de morte" por delação de Delcídio

O deputado federal Carlos Marun (PMDB) disse, na manhã desta segunda-feira (7), que a delação acertada por Delcídio do Amaral (afastado do PT-MS) com os procuradores da Lava Jato foi decisiva para o juiz Sérgio Moro determinar as ações que forçaram o ex-presidente Lula a depor na Polícia Federal, sobre o seu suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.


Marun falou que, além de implicar Lula diretamente no suposto esquema, a delação de Delcídio seguramente vai contribuir para fortalecer o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, tanto na Justiça como no Congresso Nacional.


“A delação de Delcídio é um atestado de óbito contra o governo de Dilma. Ela, certamente, vai tornar mais robustos os processos que já tramitam principalmente na Câmara Federal e que pedem a cassação da presidente”, disse o deputado peemedebista.


O deputado participou, na manhã desta segunda, no Diretório Estadual do PMDB na Capital, da filiação ao partido do deputado Márcio Fernandes, que acaba de se desligar do PTdoB.

Marun voltou a defender abertamente o impeachment de Dilma, embora seu partido integre oficialmente a base de sustentação da presidente no Congresso. “Eu sou pelo impeachment e vou participar ativamente do movimento do próximo dia 13 que vai pedir a saída da presidente do comando do país”, falou o parlamentar.


Defesa de Cunha
Marun disse que um grande número de membros da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados trabalha para ampliar o máximo possível a permanência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da presidência daquela Casa.


“Vamos tentar segurar o máximo possível o Cunha a frente da Câmara”, disse Marun, defensor explícito de Cunha no processo que o STF (Supremo Tribunal Federal) conduz para tentar cassar o seu mandato, por suposta quebra de decoro.


O deputado sul-mato-grossense falou que a permanência de Cunha no cargo é imprescindível para que o processo de impeachment de Dilma seja tocado com rapidez.


Marun também criticou a forma como o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, se comporta diante do conjunto de processos que chega à PRG envolvendo o suposto envolvimento de parlamentares e outros políticos no esquema de corrupção da Petrobras.


“Existe uma perseguição implacável do Janot contra o Cunha. Ele tem focado seu trabalho exclusivamente em ações que tentam cassar o presidente da Câmara, como se não houvessem denúncias contra outros políticos e até contra o governo de Dilma para analisar”, atacou Marun.


Segundo o deputado, as denúncias contra Cunha que chegaram à Justiça são fracas e inconsistentes e, diante disso, o presidente da Câmara tem grandes chances de se livrar da cassação.


Marun também defendeu que os deputados peemedebistas, do grupo de oposição à Dilma, se unam na Câmara para evitar que aquela Casa vire um “feudo governista”.


“A Câmara é o único poder que ainda não virou governista por completo. Não podemos deixar que a Casa siga outros poderes, como o Senado, a PGR e até o STF, no apoio descarado que têm dado ao Palácio do Planalto”, assinalou Marun.

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