Divulgação/OAB
O presidente da OAB, Claudio Lamachia, disse que conteúdo de delação pode embasar pedido de impeachment de Dilma
O acordo de delação premiada feito por Delcídio do Amaral (afastado do PT-MS) com o os procuradores da Operação Lava Jato foi requerido ontem pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o presidente da OAB, Claudio Lamachia, o acesso ao teor do acordo de delação premiada foi requerido para que a entidade examine e, eventualmente, divulgue o teor dos relatos.
"Nós precisamos desses elementos, primeiro porque a OAB está sendo demandada como nunca pela sociedade brasileira para que examine e até mesmo apresente um pedido de impeachment da presidente da República. Para que possamos deliberar, precisamos ao mesmo ter conhecimento desses fatos", afirmou Lamachia na porta do Supremo.
Se não puder divulgar o teor da delação, Lamachia disse, à Agência Brasil, que a Ordem poderá se comprometer com um termo de confidencialidade do documento, que ainda tramita sob sigilo.
A reportagem da Agência Brasil diz que Delcídio do Amaral contou aos procuradores da República que a presidente Dilma Rousseff agiu para manter na Petrobras os diretores comprometidos com o esquema de corrupção e atuou para interferir no andamento da Operação Lava Jato.
A Agência Brasil assinala que a TV Globo confirmou que o acordo de delação foi assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de questionamento e ainda está sendo ajustado.
Conforme a lei, o teor de delações premiadas tramita em segredo de Justiça, que só cai quando é apresentada uma denúncia contra pessoas citadas pelo delator envolvidas em crimes.
Recentemente, o STF também tem retirado o sigilo após o fim das investigações relacionadas aos fatos narrados.
Mesmo com o sigilo, Lamachia disse à reportagem que o "direito à informação" da sociedade abre a possibilidade de acesso da entidade ao acordo de Delcídio.
Lamachia foi ao STF acompanhado de um grupo de advogados da OAB. Foi aplaudido ao chegar e tirou várias fotos com os colegas.
Questionado sobre a nova fase da Lava Jato, que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor e realizou busca e apreensão em sua residência, Lamachia se disse "estarrecido" e que não vê "problema algum" na condução coercitiva, relata a Agência Brasil.
