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Política Quinta-feira, 14 de Dezembro de 2017, 10:09 - A | A

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Política nacional

Posse de Marun como ministro é adiada por problemas de saúde do presidente

Deputado sul-mato-grossense conseguiu aprovar relatório da CPMI da JBS

Flávio Brito
Capital News

 

Posse de Marun como ministro é adiada por problemas de saúde do presidente

Posse de Marun como ministro é adiada por problemas de saúde do presidente

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O presidente Michel Temer, que passou nesta quarta-feira (13) por um procedimento de desobstrução da uretra no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, não terá alta nesta quinta-feira (14). Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do Planalto, Temer deve ficar no hospital até a sexta-feira (15). Com isso, segundo a assessoria do Palácio do Planalto, a posse do novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), inicialmente prevista para esta quinta, será remarcada. 

 

Depois de um último esforço de negociação, foi aprovado, com novas alterações, o relatório final da CPMI da JBS, apresentado por Marun. Ele retirou do texto, a pedido do deputado Delegado Francischini (SD-PR), a defesa do projeto (PL 7596/2017 - em tramitação na Câmara dos Deputados) que prevê o crime de abuso de autoridade por membros do Ministério Público e outras autoridades. “Esse projeto é destinado a punir policiais e membros do Ministério Público”, disse Francischini.

 

O relator retirou ainda trecho do sub-relatório apresentado pelo deputado Wadih Damous, que pedia a investigação das denúncias feitas à CPMI pelo advogado Rodrigo Tacla Durán.

 

O advogado questionou provas usadas pelo Ministério Público para embasar denúncias feitas pela Operação Lava Jato e disse que há direcionamento de delações contra determinados alvos. Disse ainda ter recebido a proposta de redução de multa, feita por um advogado de Curitiba que seria amigo do juiz Sérgio Moro, em troca do pagamento de RS 5 milhões.

 

Indiciamentos

Para permitir a aprovação do texto, Marun já tinha retirado o pedido de indiciamento do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot e do ex-chefe de gabinete dele na Procuradoria, o também procurador da República Eduardo Pellela.

 

Mas ele manteve no relatório o pedido de indiciamento de outras quatro pessoas, entre os quais o ex-procurador Marcello Miller e o empresário Joesley Batista. O relator sustenta que Miller, que fazia parte da equipe de Janot, orientou os donos da JBS antes de deixar o Ministério Público para atuar como advogado da própria JBS no processo de acordo de leniência.

 

Já os irmãos Joesley e Wesley Batista são acusados de corrupção ativa, uso indevido de informação privilegiada e manipulação de mercado. O relatório pede ainda o indiciamento do executivo Ricardo Saud, da JBS, por corrupção ativa.

 

Outros compromissos de Temer adiados 

Após o procedimento cirúrgico, os médicos responsáveis pelo presidente afirmaram que Temer estava bem, mas precisaria usar uma sonda para normalizar o funcionamento da uretra.

 

Inicialmente, o Planalto informava que o presidente deveria voltar na quinta para Brasília. Além de participar da posse de Marun, ele tinha na agenda encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para discutir a data de votação da reforma da Previdência. 

 

De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, o horário da alta do presidente ainda não foi confirmado. Mesmo com a entrada de Temer no hospital ontem, a agenda do presidente foi inicialmente mantida para esta quinta. A assessoria ainda espera pela definição da equipe médica para saber se presidente será capaz de cumprir com compromissos públicos amanhã, entre eles uma possível remarcação da posse do novo ministro da secretaria de Governo. 

 

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