Deurico/Arquivo Capital News
João Rocha
Um dos líderes de um movimento parlamentar que trabalha o engajamento de 13 Câmaras Municipais do Mato Grosso do Sul, o vereador João Rocha voltou a usar a sua influência pública para cobrar a CCRMSVIA quanto ao seu compromisso de contrato com o Poder Público de efetuar obras de duplicação em trechos da BR-163. Os pedágios da concessionária continuam arrecadando diariamente, só que na gestão de 800 quilômetros da rodovia dentro do Estado a tarefa de adaptar a via segue protelada, colocando vidas em risco.
“Estamos pagando por um serviço que não estamos recebendo. O pedágio é caro, mas é para ser investido em novos trechos de duplicação. Desde abril deste ano nada é duplicado. Já são quatro meses nessa indefinição, enquanto vidas continuam sendo perdidas e vários acidentes seguem acontecendo”, pondera o presidente do Legislativo da Capital.
A contar de 2014, em 18 meses, foram duplicados, apenas 138 km ao longo de 10 trechos da rodovia; além de implantadas 17 bases operacionais e 9 praças de pedágio. Desde março deste ano nada da CCRMSVIA cumprir a tarefa prevista na concessão dada pelo Poder Público, que é de duas décadas. Se não bastasse a inércia, a empresa ingressou com um pedido na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para revisão contratual, na qual pretende aumentar o prazo para duplicação (que encerra em 2020) e diminuir consideravelmente a extensão da duplicação.
Tragégias em sequencia
Divulgação
Trecho da rodovia que aguarda obras há cinco meses
Em agosto, um idoso de 76 anos morreu após ser atingido por um carro de passeio na BR-163, em Dourados. Ele estava em uma bicicleta quando desviou de um caminhão que estava parado no acostamento da rodovia. Ao entrar na pista, foi atingido pelo veículo. Em julho, outro acidente matou dois homens carbonizados no macroanel viário, em Campo Grande. Tragédias que, segundo Rocha, poderiam ter sido evitadas caso a via fosse duplicada.
O valor previsto do contrato para a duplicação da BR-163 é de R$ 6,5 bilhões. Para isso, o BNDES repassou R$ 248,8 milhões à concessionária em junho de 2015, referentes ao financiamento ponte firmado em 2014 no total de R$ 646 milhões.
No final do ano de 2015, a Companhia recebeu a aprovação do empréstimo de longo prazo, no valor de R$ 2.319 milhões, da Diretoria do BNDES. Além disso, através do Prodes, Campo Grande cedeu terreno e benefícios para a empresa, como isenção de 50% do IPTU, isenção de taxas e ISS, além de doação de terreno para construção da sede da empresa em Campo Grande.
