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Reportagem Especial Sábado, 17 de Junho de 2023, 13:24 - A | A

Sábado, 17 de Junho de 2023, 13h:24 - A | A

Reportagem Especial

Diga não aos trotes!

Serviço de atendimento de urgência e emergência não é brincadeira

Renata Silva
Especial para o Capital News

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de acidente de trânsito

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Uma técnica em enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) relatou a seguinte situação: Nossa equipe do SAMU foi acionada para atender vítimas de um incêndio em uma rodoviária. Por causa disso, diversas viaturas básicas e uma avançada foram mobilizadas para atender a ocorrência.

Após procurar muito tempo pelas vítimas, ela e os outros socorristas descobriram que a comunicação se tratava de um trote. Como se sentir diante dessa situação? Esse relato é fictício, mas retrata uma realidade cada vez mais presente nas rotinas de atendimentos às ocorrências de urgência e emergência.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi criado pelo governo federal em 2003. Os benefícios com a iniciativa são muitos, entre elas a redução do número de mortes, do tempo de internação em hospitais e das sequelas causadas pela falta de socorro rápido.

Deurico/Arquivo Capital News

Foto ilustrativa de acidente de SAMU, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, trânsito

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)

Atualmente, as ambulâncias do SAMU estão disponíveis para 150 milhões de brasileiros, em quase 3 mil municípios, cobrindo 75% do território nacional. O caso de trote acima relatado é apenas um dos milhares que vitimizam o SAMU.

Em Campo Grande só no ano passado, o SAMU recebeu 5634 chamadas falsas. Até março deste ano, foram 836 ligações. Essas chamadas indevidas atrapalham desde o atendimento das demandas com linhas telefônicas ocupadas até a assistência às vítimas com o deslocamento de viaturas e equipes para onde não há ocorrências reais.

Quando a gente tem que sair para atender uma ocorrência falsa a outra pessoa fica sem atendimento e pode ter o quadro de saúde agravado e infelizmente vir a óbito

Embora o trote não seja, ainda, tipificado como crime, não quer dizer que não há possibilidade de punição, isso porque dependendo do conteúdo e das consequências da ligação, a pessoa pode ser responsabilizada criminalmente pelo ato irresponsável.

 No caso das crianças, quem responde são os pais ou responsáveis e nos casos de adolescentes, dependendo da situação, eles podem cumprir medidas por atos infracionais.

De acordo com o Coordenador Do Samu Ricardo Alves Rapassi seis atendentes trabalham por plantão e com os trotes o atendimento a quem precisa fica prejudicado. “A gente trabalha com recurso limitado e quando a gente tem que sair para atender uma ocorrência falsa a outra pessoa fica sem atendimento e pode ter o quadro de saúde agravado e infelizmente vir a óbito”, detalhou.

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