Acervo pessoal
Genesis com os três filhos em Campo Grande
Você é daquelas pessoas que transforma um desafio em oportunidade? Se sim, você faz parte do time da Genesis que tira de letra essa missão. No Brasil há quatro anos, a Supervisora de atendimento, que trabalha num hotel em Campo Grande, transformou a condição de refugiada num caminho para uma nova vida.
Genesis Andreina Betancourt de 33 anos veio para o país por causa da crise na Venezuela que se arrasta desde 2013. Atualmente, os venezuelanos se encontram numa encruzilhada, enfrentando uma crise política, a crise econômica, a crise humanitária e ainda o risco de uma intervenção liderada pelos Estados Unidos.
Nossa moeda está desvalorizada, não tínhamos o que comer, não tinha emprego e a bandidagem estava por toda parte
A supervisora de equipe morava com três filhos Mathias de 6 anos, Alejandro de 12 e Oleg de 9 na cidade de Bolívar, um município Venezuelano de 1,214 mil habitantes. Com a crise, a porta de entrada para ela mudar a situação foi a cidade de Pacaraima em Roraima. “Nossa moeda está desvalorizada, não tínhamos o que comer, não tinha emprego e a bandidagem estava por toda parte. Deixei meus filhos e minha família vim”, detalha.
Acervo pessoal
Avó, mãe de Genesis ao lado dos netos na Venezuela
Só falava com meus filhos por chamada de vídeo
Em Pacarai ela ficou cerca de um ano, começou a trabalhar fazendo bicos e diárias até tirar a documentação para ser efetivada com carteira assinada. Ela fala que tudo que ganhava encaminhava para os familiares, “só falava com meus filhos por chamada de vídeo, foi muito difícil para mim”, acrescenta.
Depois de um ano soube de Campo Grande, ouviu falar que na Capital morena as condições de trabalho e de vida eram melhores, foi então que juntou dinheiro e veio para cá. Assim que chegou, ela conta que já conseguiu emprego por intermédio da Casa do Imigrante. “Meu primeiro emprego foi de Caixa num supermercado, depois de 1 mês virei Fiscal de loja”, frisa.
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Genesis pronta para ir para o trabalho
A venezuelana fala que trabalhava dia e noite para juntar dinheiro para trazer os filhos, mas não deixava de lado a vontade de se aperfeiçoar e crescer profissionalmente. Genesis começou a se interessar pela língua portuguesa, a se aprimorar no trabalho e a buscar oportunidades melhores de empregos, até começar a trabalhar num hotel onde está até hoje.
No local, ela fala que começou trabalhando como camareira, depois de três dias ofereceram a ela o cargo na copa e depois de uns meses o de Supervisora de alimentos e bebidas, no qual está até hoje. A jovem, mãe solo trabalha das 5 horas às 13h20 da tarde.
No início do ano passado ela conseguiu trazer os filhos para Campo Grande, dez meses depois trouxe a família toda. O objetivo dela é continuar morando aqui ao lado de todos. Ela fala que não teve dificuldades com a língua, mas sim a xenofobia que sofreu por parte de alguns Campo-grandenses.
Genesis fala que ama a cidade onde morava e sente muita saudade, no entanto nem pensa em voltar ao país de origem. Ela fala que por aqui conquistou coisas que na Venezuela não conseguiria e faz até planos. “Eu tenho o sonho de voltar a estudar e poder dar aulas. Eu era professora e sinto muita falta disso”, finaliza.
Acervo pessoal
Genesis em Roraima assim que foi buscar os fihos
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Genesis em Roraima assim que foi buscar os fihos
