"Não ser vista, não
ser entendida"
“Não ser vista, não ser entendida. Como é uma síndrome invisível, nem todo mundo entende”, esse é o desabafo da Raquel Alberto Moraes da Silva, de 50 anos. Ela sofre de fibromialgia, ela conta os desafios diários que enfrenta por causa de uma doença, que, segundo ela, os sintomas não são respeitados.
A fibromialgia é uma doença reumatológica que afeta a musculatura causando dorque pode estar associada a outros sintomas, como fadiga, alterações do sono, distúrbios intestinais, depressão e ansiedade. Ela acomete cerca de 2% da população mundial, sendo mais frequente em mulheres.
"Nessa época sequer
sabia o que eu tinha"
Há cerca de 15 anos a vida da Raquel mudou totalmente, ela trabalhava como professora, mas teve que abandonar o trabalho por causa das fortes dores. “Eu trabalhava nos três períodos, era muito puxado e com as dores não consegui aguentar. Nessa época sequer sabia o que eu tinha”, relembra.
Foi após uma inflamação no joelho que o diagnóstico se deu. A professora conta que o médico indicou fisioterapia e medicação, mas com o passar do tratamento, em vez de melhorarem, os sintomas pioravam. “O médico achou estranho, foi então que me indicou uma médica reumatologista, logo, veio o diagnóstico”. Detalha.
O diagnóstico de fibromialgia é clínico, com o médico analisando criteriosamente o histórico do paciente, exames físicos e outros que auxiliam a afastar condições que podem causar sintomas semelhantes. A doença ainda não tem cura e suas causas não são totalmente esclarecidas.
A hipótese mais provável, é que devido ao histórico de traumas e estresse emocional os pacientes passem a apresentar algum tipo de alteração neurológica que aumenta a percepção e sensação de dor pelo corpo. O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas proporcionando ao paciente melhora na qualidade de vida.
Desafios na jornada
Após o diagnóstico, Raquel iniciou o tratamento com medicamentos e recomendações médicas para amenizarem os sintomas. No entanto, as dores, são apenas um dos desafios que a professora enfrenta, sendo a banalização da doença por parte das pessoas, o maior, afirma ela.
"Quando você tem uma dor crônica, ninguém entende"
Raquel fala que pelo fato de ser uma síndrome invisível, as pessoas não respeitam e não acreditam nos sintomas que ela apresenta. Ela emitiu um cartão na Secretaria de Saúde do município que lhe dá o direito a vagas e atendimento preferencial, mas quase nunca é respeitada. “Quando você tem uma dor crônica, ninguém entende. Agora, se você é cadeirante, idoso, tudo é diferente”. Desabafa.
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