Candidatos curiosos e de renome do Brasil que já disputaram as eleições estão distribuídos em 24 álbuns. A primeira vista parece um tipo de repositório de dados, mas, na verdade, é um hobby de um morador de Campo Grande, que ajuda a manter viva parte da história política do país.
"Eu guardei alguns santinhos numa caixa de sapato"
Há 33 anos o corretor de imóveis Carlos Eduardo Asato, de 49 anos viu nos “santinhos políticos”, aparentemente sem valor, uma riqueza que merecia ser conservada. A iniciativa surgiu por acaso, de forma despretensiosa, aos 14 anos de idade. “Eu guardei alguns santinhos numa caixa de sapato, eles ficaram esquecidos por lá durante dois anos, ate eu participar do grêmio estudantil da escola. Lá, eu comecei a me interessar e a entender um pouco mais de política”, detalha.
A coleção, de fato, começou nos anos 2000, de lá para cá são mais de seis mil santinhos, além de chaveiros, bótons, bonés, fita cassete com jingles e outras curiosidades, como o famoso modelo do voto impresso. O corretor guarda relíquias dos anos 50 e 60 como o santinho do Getúlio Vargas das eleições de 1950 e Jânio Quadros de 1960, ambos candidatos a Presidência do Brasil.
Quem se recorda de Sílvio Santos? Pois é, Carlos também guarda no seu acervo o santinho do apresentador brasileiro que se candidatou no dia 31 de outubro de 1989 pelo Partido Municipalista Brasileiro a Presidência do Brasil. No entanto, na época, a candidatura não foi para frente, porque oTribunal Superior Eleitoral considerou o partido ilegal.
Acervo pessoal
Adesivo de Silvio Santos, se candidatou no dia 31 de outubro de 1989 a Presidência do Brasil
O corretor também guarda curiosidades folclóricas, personagens com nomes engraçados e alguns repetidos. Esses se repetem, por causa da quantidade de vezes que se candidataram. Um exemplo, é o candidato a Presidência da República dono do famoso jargão “Meu nome é Enéas”, acredite, ele têm santinhos do político com e sem barba.
Segundo Carlos, pouca gente faz esse tipo de coleção e ele acredita que em Mato Grosso do Sul seja um dos únicos. Para garimpar as memórias, ele contou com a ajuda de lojas de antiguidades e de pessoas de outros estados, como de São Paulo, Paraná, por exemplo.
E se você pensa que os políticos de Mato Grosso do Sul foram esquecidos? Está enganado! Carlos conserva histórias que ninguém lembra mais, como do candidato Sérgio Cruz, na campanha para deputado federal de 1986, no santinho “veneno contra rato”. Ele também guarda nos álbuns Levy Dias, candidato a governador e Rachid Neder a Senador nas eleições de 1994.
"Pretendo sim, em algum momento, doar como contribuição para a história do país. A história não pode ficar guardada"
Os santinhos dos candidatos a governador, Wilson Martins, nas eleições de 1994 e Dilsinho do BBB nas de 2012, também estão no acervo. Além de Ramez Tebet e Pedro Pedrossian. Carlos fala que pouca gente conhece a coleção e que pretende fazer um evento para divulgar o acervo? Pergunto se venderia o acervo? Ele é firme ao dizer que não. “É um acervo particular, difícil de ser juntado, por isso não venderia. Pretendo sim, em algum momento, doar como contribuição para a história do país. A história não pode ficar guardada”. Finaliza.
Os responsáveis de escolas, faculdades que se interessarem em conhecer o acervo pode entrar em contato com o Eduardo pelas rede social: @edu.higa.