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Reportagem Especial Domingo, 04 de Junho de 2023, 08:32 - A | A

Domingo, 04 de Junho de 2023, 08h:32 - A | A

Reportagem Especial

Impacto do tabagismo na vida e na renda das famílias

Levantamento do INCA conclui que gastos com cigarro comprometem, em média, 8% da renda familiar mensal

Renata Silva
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

Impacto do tabagismo na vida e na renda das famílias

Rosiany Teles

Foram mais de uma década fumando, para largar o vício só depois de muita determinação, esse é o que acontece com muitos fumantes, com a Rosiany não foi diferente. Livre do cigarro há 10 anos, optou pelo eletrônico, mas atualmente não fuma nenhum dos dois.

"Ah!, não é fácil, eu tive
que ter muita opinião"


Mas abandonar de vez o vício não foi um processo simples, a auxiliar jurídica de 38 anos Rosiany Teles conta que sentia dores de cabeça, nervoso e por muitas vezes acabava recaindo. “Ah!, não é fácil, eu tive que ter muita opinião”, destaca ela ao lembrar o que passou.

Ela resolveu largar o vício porque estava se sentindo muito mal e também incomodada com o mau cheiro que o cigarro trazia dentro de casa, cabelo e roupa. A jovem fala que começou a fumar aos 14 anos motivada pela avó que pedia para ela acender cigarro para ela fumar.

Nesta semana foi celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano, mais de 7 milhões dessas mortes são resultados do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão é resultados de não-fumantes expostos ao fumo passivo.

Acervo pessoal

Impacto do tabagismo na vida e na renda das famílias

Rosiany se incomodada com o mau cheiro que o cigarro trazia dentro de casa, cabelo e roupa


Em Campo Grande estima-se que, somente no ano passado, cerca de 1,5 mil mortes ocorreram em decorrência de doenças relacionadas ao tabagismo. Essas doenças são as cardiovasculares, cânceres, diabetes e doenças respiratórias. Dentre os cânceres, o mais comum entre os campo-grandenses que possuem hábitos tabagistas, está o câncer de pulmão.

A Secretaria Municipal de Saúde conta com grupos de apoio a pessoas que desejam largar o tabagismo em 18 unidades de saúde, são elas as Clínicas da Família Nova Lima, Portal Caiobá e Iracy Coelho, a UBS Caiçara e as USFs Albino Coimbra, Ana Maria do Couto, Coophavila II, Batistão, Tiradentes, Moreninha III, Jockey Club, Vila Fernanda, Aero Rancho Granja, Itamaracá, Tarumã, Oliveira, Vila Corumbá e Jardim Presidente. Nos quatro últimos meses do ano passado, quando havia 15 unidades com grupos de apoio, 158 pessoas foram atendidas.

Um levantamento recente divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra o impacto da compra de cigarros nas famílias brasileiras com fumantes. Além do prejuízo à saúde, o tabagismo compromete, em média, 8% da renda mensal dessas famílias, o equivalente a R $50 por dia, durante 50 anos.

A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, até 2025, sejam diagnosticados por ano, no Brasil, mais de 32.500 novos casos de câncer de pulmão. R$ 125 bilhões é a soma de quanto o país gasta, direta e indiretamente, com doenças relacionadas ao tabaco. O levantamento concluiu que os gastos com cigarro comprometem, em média, 8% da renda familiar mensal.

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