Tinha tantos sonhos, como sinto a falta dela
“Ela era uma mulher feliz, trabalhadora, cuidava da gente. Tinha tantos sonhos, como sinto a falta dela” esse é o desabafo de uma filha que prefere não ser identificada. A mãe dela é uma das 9 vítimas de feminicídio deste ano em Mato Grosso do Sul, após o crime o autor fugiu, mas foi preso horas depois.
Relatos de famílias destroçadas se repetem todos os dias, isso porque o estado lidera uma das estatísticas mais tristes no país, está em primeiro lugar num Ranking Nacional de taxa de feminicídio. Conforme os dados do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado teve a maior taxa de feminicídio do Brasil: 3,5 a cada 100 mil mulheres.
Divulgação/MPMS
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Quando falamos em dados nacionais, uma mulher morreu a cada seis horas, vítima de feminicídio no país. No 1º de junho, foi celebrado o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a data tem como objetivo de sensibilizar e provocar uma reflexão junto à sociedade sobre os altos índices de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Por isso, o Ministério Público Estadual lançou a Campanha “Seu Silêncio Pode Matar Você”. Em outdoors, busdoors, rádio, televisão, painel eletrônico, e-mail marketing, aplicativo de transporte, aplicativo de relacionamentos e redes sociais durante todo o mês de junho, mensagens serão divulgadas.
O lançamento da campanha contou com a presença do ator, produtor e embaixador Raul Gazolla. Há 31 anos vivenciou a perda da esposa, a também atriz, Daniela Perez. A jovem foi assassinada pelo ator Guilherme de Pádua em 1992.
Para a Psicanalista e Coordenadora do Projeto Nova Viviane Vaz, saber identificar sinais de abuso e romper o ciclo da violência são os principais desafios para as mulheres. Isso porque os ciúmes vêm disfarçados de cuidado, prova de amor e então denunciar ou pedir o divórcio acaba não sendo tão simples.
Falar sobre a violência que não é só física e sim psicológica, patrimonial é muito importante
Ela destaca que ampliar esse diálogo e criar uma rede de apoio para que a vítima de violência seja acolhida são fundamentais. “Essa campanha é necessária, falar sobre a violência que não é só física e sim psicológica, patrimonial é muito importante”. Destaca.