Acervo pessoal
Segundo números divulgados pela OMS até 2030, serão 1 bilhão de mulheres atravessando a menopausa
"Ah! Eu sinto umas ondas de calor, nervoso, tristeza, dores nas pernas, é um misto de tudo"
“Ah! Eu sinto umas ondas de calor, nervoso, tristeza, dores nas pernas, é um misto de tudo”, esses são os sintomas que a dona de casa Rejane Castelani convive diariamente. Aos 54 anos, mãe de três meninos, ela está na menopausa e detalha os desafios que enfrenta para lidar com esse momento.
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual da mulher, ela ocorre geralmente entre os 45 e 55 anos. No entanto, em alguns casos, ela pode ocorrer por volta dos 40 anos, no chamado período de climatério. A fase, entre climatério, pré-menopausa até a pós-menopausa, pode durar de 10 a 30 anos. Ou seja, 1/3 da vida da mulher é vivida dentro deste processo.
Para muitas mulheres, a chegada desse período provoca irregularidades menstruais ou outros sinais como ondas de calor (fogachos) e alterações do sono. Além disso, a menopausa pode interferir na libido, no humor, bem como atrofia (enfraquecimento ou definhamento) dos órgãos genitais.
"Chego a tomar cerca
de 5 banhos por dia"
A Rejane fala que o que mais incomoda nesse período que ela está é a vergonha do excesso de suor provocado para a menopausa. Ela conta que quando sai leva uma blusa a mais para fazer a troca, além disso, toma mais de três banhos ao dia. “Dependendo do dia, quando estou muito ”atacada”, para aliviar os calores, chego a tomar cerca de 5 banhos por dia”, enfatizou.
Nesta semana a prefeitura de Campo Grande Instituiu a “Semana da Conscientização sobre a Menopausa”. O período foi incluído, no Calendário Oficial de Eventos do Município de Campo Grande-MS, para ser celebrado anualmente, na semana do dia 1º de outubro. A lei entrou em vigor na data de sua publicação 23 de maio, a ideia da semana é chamar a atenção da população sobre a importância de debater esse tema.
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Rejane fala que o que mais incomoda nesse período é a vergonha do excesso de suor
Segundo números divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), até 2030, serão 1 bilhão de mulheres atravessando a menopausa. Ainda assim, o tema é cercado por um tabu. Por isso, durante este período, mesmo sofrendo algumas mudanças físicas e emocionais, grande parte das mulheres são relutantes em procurar ajuda médica para entender os sintomas e buscar soluções para suavizá-los.
Para a ginecologista Rita de Cássia Tavares a discussão desse tema e a conscientização das pessoas é extremamente importante, porque, segundo ela, muitas mulheres sofrem com esses sintomas e com as consequências da menopausa. A ginecologista acrescenta que elas poderiam fazer algum tratamento ou reposição hormonal, e por falta de informação ou de orientação acabam não procurando ajuda médica.
De acordo com os dados da Plenapausa, femtech brasileira que promove informação, solução e acolhimento para mulheres na menopausa, 87% se sentem instáveis emocionalmente e 58% afirmam que se sentem menos produtivas no trabalho. Quando se trata de ansiedade e/ou depressão, 81% delas afirmam que já se sentiram desta forma durante este período.
A ginecologista acrescenta que os sintomas da menopausa podem ser tratados de forma específica, avaliando caso a caso, no entanto afirma que a única recomendação formal para reposição hormonal é a reposição do estrogênio para controlar os calores. Para alterações ósseas, ressecamento vaginal é outro tratamento. “O debate e a informação são fundamentais para o conhecimento sobre esse tema”, finalizou.
