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Rural Quarta-feira, 06 de Maio de 2009, 11:03 - A | A

Quarta-feira, 06 de Maio de 2009, 11h:03 - A | A

Comissão de Agricultura quer vender carne suína à China

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Senadores da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) vão pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, durante visita que fará à China este mês, incentive aquele país a importar carne suína brasileira. Os parlamentares também pretendem requerer ao Ministério da Fazenda maior flexibilização na liberação dos recursos destinados ao setor. As propostas foram sugeridas por representantes do setor suinocultor, durante audiência pública na Comissão de agricultura e Reforma Agrária do Senado.

O presidente da CRA, senador Valter Pereira (PMDB-MS), ressaltou que a China é um mercado importante, tendo em vista que é um grande consumidor de carnes, sendo 70% desse mercado ocupado pela carne suína. Em sua opinião, a conquista do mercado chinês poderá contribuir para que o setor saia da crise que enfrenta.

A falta de crédito é o principal problema enfrentado pelos suinocultores, o que exige maior atenção do governo ao setor do agronegócio, que representa 34 % das exportações brasileiras, um terço do Produto Interno Brasileiro (PIB) e 37% dos empregos.

O Presidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, disse que os produtores não têm acesso aos recursos liberados pelo governo devido às normas exigidas pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ele pediu flexibilização das regras e condições diferenciadas para este momento de crise e disse que o governo tem liberado recursos, mas ignora a crise econômica, o que, para ele, é uma falha grave. O empresário informou que menos de 1% dos recursos anunciados foram contratados pelos produtores.

A crise no setor suinocultor poderia ter sido evitada, disse o vice-presidente de Secretaria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, se o Ministério da Agricultura tivesse inserido a carne suína na política de preços mínimos. Em sua opinião, o governo tem condições de assumir o ônus, especialmente no que se refere à carne estocada.

A crise no setor poderá gerar uma reação em cadeia e afetar outros setores da economia, alertou Enori Barbieri. Como exemplo, ele disse que os produtores de milho poderão ser afetados, uma vez que a suinocultura e a avicultura são os maiores consumidores deste cereal.

Valter Pereira destacou que a audiência pública foi proposta para debater os efeitos da crise econômica sobre a suinocultura. No entanto, a gripe surgida no México e denominada, a princípio, de gripe suína, prejudicou ainda mais o setor.

Pedro Camargo Neto afirmou que o setor já enfrentava problemas e que a gripe os pegou de surpresa. Ele disse que os suinocultores tiveram de fazer um trabalho de comunicação para corrigir o equívoco, segundo ele, de que a gripe pode ser adquirida com o consumo de carne suína. Ele contou que a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde já reconheceram que o vírus H1N1 não é transmitido pela carne do animal, o que foi reforçado pelo senador Augusto Botelho (PT-RR), que é médico.

 

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