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Rural Segunda-feira, 04 de Junho de 2018, 18:11 - A | A

Segunda-feira, 04 de Junho de 2018, 18h:11 - A | A

SEM CHUVAS

Estiagem pode reduzir produção de milho em 28,27%

Produtores colheram safra recorde de 9,8 milhões de toneladas em 2017

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Mario de Oliveira - Aprosoja/MS

Área plantada do milho com colheita avançada no Estado

Redução na produtividade deve ser pequena no Norte e Nordeste do Estado, onde a distribuição de precipitação foi melhor

 

A produção de milho em Mato Grosso do Sul pode encolher 28,27% neste ano, em comparação a safra 2016/2017. Os dados são do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja).

 

A produtividade esperada é de 65 sacas de milho por hectare, de acordo com projeções baseadas no Siga MS. O resultado deve ser uma produção total de 7,038 milhões de toneladas. Em 2018, a área ocupada foi de 1,7 milhão de hectares.

 

No ano passado, a área plantada atingiu 1,852 milhão de hectares. Com chuvas regulares, a produtividade ficou em 88,3 sacas de milho por hectare. Os produtores colheram a safra recorde de 9,8 milhões de toneladas.

 

A redução é decorrente da estiagem em regiões produtoras, durante março e abril, aliada a outros fatores, como diminuição da área plantada. Em municípios mais afetados, como Amambai, a quebra pode chegar a 40%. Já no Norte e Nordeste do Estado, onde a distribuição de precipitação foi melhor, a redução na produtividade deve ser pequena.

 

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, ressalta que a falta de chuva ocorreu no período crucial para a formação dos grãos. De acordo com dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), o índice acumulado de chuvas em abril de 2017 foi de 2.987 milímetros contra 972,6 neste ano.

 

Outro fator foi o plantio tardio do milho por conta do adiamento da colheita da soja, dessa vez, por excesso de chuvas. Produtores foram obrigados a plantar em datas diferentes. “Hoje temos algumas lavouras já sendo colhidas e outras em fase de crescimento. Sendo assim, a produtividade ainda pode melhorar”, observou.

 

Apesar da redução na produção, o faturamento pode não sofrer tanto impacto. Isso porque o milho apresentou forte valorização nos últimos meses, puxada pela quebra da safra da argentina, além do desempenho abaixo do esperado em regiões como os Estados do Sul do Brasil e Goiás. A saca de 60 quilos, que foi negociada entre R$ 18,00 e R$ 20,00 na safra passada, está cotada a R$ 34,00 nesta safra, alta de 47%.

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