Famasul/Cedida
Palestra do professor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), Felippe Serigatti
Aconteceu na noite de ontem (21) o MS Agro, no auditório do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), em Campo Grande. O evento, que teve como tema Novo governo: Cenários e tendências na política e na economia brasileira’, contou com um público de 300 pessoas. Após as palestras, os convidados fizeram um debate que foi mediado pelo jornalista e mestre em ciência política, William Waack.
Para o presidente da Famasul, Maurício Saito, O MS Agro aconteceu em um momento muito importante do país. “Considerando o sentimento de otimismo por parte do setor produtivo. Tivemos novidades esse ano que são fundamentais para que possamos quebrar todos nossos paradigmas sobre a política atual, tanto em relação à eleição de um presidente, que vem sem nenhum tipo de ligação como o que aconteceu no passado, como a recondução do nosso governador Reinaldo Azambuja,”, afirmou.
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Felippe Serigatti
Após a fala do presidente da entidade, houve uma palestra do professor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (GV Agro) e coordenador dos MBAs em Gestão Estratégica no Agronegócio, Felippe Serigatti. Para o especialista, o grande desafio do próximo governo é equilibrar as contas públicas, que estão com um grande déficit, sem deixar de prestigiar setores importantes da economia brasileira, como o agronegócio.
“Apesar da dificuldade fiscal, o governo Bolsonaro não tem apenas más notícias, pois a realidade que ele receberá hoje de Michel Temer é melhor do que foi passada pela Dilma ao atual presidente. Hoje o déficit nas contas públicas é discutido de forma mais coerente na sociedade, em 2016, por exemplo, existia uma narrativa que a previdência não tinha rombo, hoje sabe-se que o gargalo é maior do que a arrecadação. Porém o caminho não será fácil, pois o futuro governo terá uma agenda de reformas a ser cumprida”. explicou.
Sobre o futuro do agronegócio, Serigatti falou que o cenário nacional está um pouco favorável, porém o externo passará por dificuldades nos próximos anos. “Devido a dificuldade do mercado, o ambiente não será tão favorável, ou seja, o passeio no parque pode não ser tão legal. Como qualquer outro setor da sociedade,o agro não passará ileso, mas como a economia não é homogênea, tem setores que serão impactados de uma forma mais intensa e outro menos, entre eles, está o rural”, ponderou.
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Carlos Melo
O segundo palestrante foi o cientista político, mestre e doutor pela PUC-SP, professor do Insper e analista político com participação em vários veículos de comunicação, Carlos Melo. Sobre o futuro governo o professor explicou que ele deve ter em mente que as eleições acabaram e agora o presidente eleito, Jair Bolsonaro, governará para toda a sociedade, não apenas as “bolsonaristas”. “O primeiro desafio do presidente é governar para todos os brasileiros, 57 milhões de pessoas votaram no nele, porém 90 milhões não. Portanto além da boa vontade, será necessário habilidade com muito pragmatismo. Esse conceito também deve ser aplicado em setores como o agronegócio, pois deve-se contemplar essa enorme indústria, sem esquecer da agricultura familiar, indígenas e outros menores setores da sociedade”, finalizou.
