No novo perfil de empresas rurais, o relacionamento entre as pessoas ganha crescente importância na gestão do negócio. Toda empresa que quer manter os índices de desempenho sob controle e trazer registrado o resultado de cada operação se vê na necessidade de fortalecer a comunicação entre os envolvidos. O proprietário deixa de lado a postura fria e impositiva, característica dos tempos senhoriais, para adotar um estilo de gestão participativa.
Os antigos empregados são agora chamados de colaboradores e a cada dia eles são incentivados a contribuir e se envolver no processo de tomada de decisão, seja na observação de um rodeio matinal, seja no planejamento para o manejo dos pastos, seja no controle do consumo de diesel, seja dentro do escritório. A gestão da fazenda já não depende de uma única cabeça pensante.
Quem investiu na gestão de pessoas colhe na melhoria dos resultados os sinais da mudança. Em uma avaliação sobre o tema, realizada em seis fazendas no Paraná e Mato Grosso do Sul, assistidas pela Terra Consultoria, de Maringá, PR, ficou demonstrado que, dois anos depois de implantada a mudança, a taxa de desfrute passou de 35% para 50%, o que refletiu na receita bruta da fazenda. A relação de cabeças por colaborador, em manejo semi-intensivo, que era de 550, elevou-se 18%, tendo saltado para 650 cabeças.
Resultado ainda mais expressivo foi o ganho na margem por hectare. Em dois anos, o ganho passou de R$ 148,38 ha/ano para R$ 342,72 ha/ano, uma diferença de 130%. O consultor Luciano Araujo, da Terra Desenvolvimento, enfatiza que além da aplicação de tecnologia e rigor no gerenciamento, tais resultados devem-se, ao apoio de uma equipe comprometida; "sem ela, nunca se chegaria a esse aumento de receita".
Dentre os perfis profissionais que compõem o elenco do setor produtivo, tais como peão, capataz ou técnico, aquele que mais se transformou foi o do gerente de fazenda. De acordo com consultores do setor, esse é também o perfil de oferta mais escassa no mercado, em razão da diversidade de qualificações requeridas. O tema é a capa da edição de abril da Revista DBO. A matéria traz o detalhamento de ações que podem ser tomadas para facilitar a comunicação entre a equipe; sugere as competências que precisam ser desenvolvidas pelo novo líder, o detalhamento de índices para avaliação do grupo atual e mostra um exemplo de sucesso de quem investiu em treinamento. (Portal BDO)
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