O governo federal estudará medidas de auxílio aos municípios do Estado afetados pela estiagem. O acordo começou a ser negociado nesta quarta-feira (8) após série de audiências realizadas nos ministérios da Agricultura e da Integração Nacional em que representantes da classe política e do setor produtivo manifestaram preocupação quanto ao futuro da economia do Estado, abalada pela queda da produção agrícola. As reuniões foram conduzidas pelo deputado federal Waldemir Moka (PMDB) e delas participaram também o presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Junior, os prefeitos de Dourados, Sidrolândia, Maracaju, Deodápolis, Vicentina, Aral Moreira, Sete Quedas e Douradina, além de representante da Prefeitura de Itaporã e presidentes de sindicatos rurais.
Com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a comitiva pediu a liberação de recursos para aquisição de equipamentos ao pequeno produtor, para abertura e pavimentação de estradas e obras de infraestrutura, como esgoto, drenagem, combate a erosão e contenção de enchentes. Já com o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) os representantes solicitaram ajuda para adquirir sementes, óleo diesel e defensivos agrícolas. Os ministros disseram que só poderão analisar os pedidos mediante entrega de projetos, que deverão ser elaborados pelo Governo do Estado, de tal forma que todos os municípios atingidos pela estiagem sejam beneficiados.
De acordo com Moka, o pedido de ajuda se justifica pelo fato de a economia desses municípios também ter sido abalada pela crise internacional, que reduziu os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a arrecadação de impostos. “São dois fatores negativos que estão comprometendo seriamente as finanças municipais”, argumentou.
Relatório
Relatório produzido pela Famasul e entregue aos ministros mostra que a estiagem prolongada afetou a produção de pelo menos três culturas em Mato Grosso do Sul, gerando prejuízos estimados em R$ 461,5 milhões na safra 2008-2009. De acordo com os dados, a produção do milho 2ª safra teve redução de 34% em relação à colheita anterior, a soja caiu 20% e algodão, 8%.
No documento, a Famasul explica também que a estiagem nos meses de março e abril, principalmente, deverá comprometer cerca de 1,6 milhão de hectares em pastagem. “Em situação de normalidade, a degradação é estimada em cerca de 500 mil há”, diz o relatório. Moka sustentou que a situação dos municípios sul-mato-grossenses é semelhante a dos Estados do Nordeste atingidos nos últimos meses pelas enchentes. “Os fenômenos foram diferentes, porém de igual gravidade, uma vez que a estiagem provocou queda na produção agrícola, afetando o bolso do produtor e o caixa dos municípios”, justificou.
