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Rural Terça-feira, 12 de Dezembro de 2017, 13:37 - A | A

Terça-feira, 12 de Dezembro de 2017, 13h:37 - A | A

RURAL

Produção agrícola e pecuária cresce em 2017

Preços baixos diminuem rentabilidade do produtor

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Divulgação / Famasul

Produção agrícola e pecuária cresce em 2017

A Famasul divulgou o balanço do ano nesta segunda-feira

A produção de grãos e de carne bovina cresceu em Mato Grosso do Sul em 2017. Entretanto, o aumento dos custos, somado a baixa remuneração dos produtos, exigiu do produtor rural um cuidado redobrado com a gestão para tentar reduzir os gastos e melhorar a rentabilidade.

 

O estado deve fechar 2017 com uma produção de carne bovina de 791 mil toneladas, 0,82% a mais que as 784 mil toneladas de 2016. Já a de carne de aves deve ter um incremento de 3,9%, passando de 401,7 mil toneladas para 417,6 mil toneladas e a de suínos de 7%, subindo de 135 mil toneladas para 144 mil toneladas.

 

O presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, explica que as exportações da bovinocultura de corte inibiram uma queda mais acentuada, já que o consumo interno não foi expressivo. 

 

Já a avicultura, de acordo com o presidente, teve um ano estável em razão do bom desempenho do consumo desta proteína no mercado interno e do volume de exportações. “A suinocultura registrou aumento de produção e de preços, demonstrando recuperação de perdas ocorridas em 2015 e 2016, anos de preços depreciados para o setor”, comenta.

 

A produção de leite deve contabilizar uma retratação de 12,6%, em comparação com o anterior. O volume caiu de 270 milhões de litros para 236 milhões de litros. “O maior impacto das condições ruins vivenciadas pela economia brasileira foi observado na atividade leiteira com queda expressiva no volume produzido e retração nos preços ao produtor”, ressaltou a analista técnica de economia do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira.

 

Agricultura

Em 2017, as três principais culturas da agricultura sul-mato-grossense registraram recordes históricos de produção. A de soja cresceu nesta temporada 18,43%, passando de 7,241 milhões de toneladas para 8,575 milhões de toneladas. Já de milho, se recuperou da quebra registrada no ciclo anterior e teve um salto de 57,44%, de 6,270 milhões de toneladas para 9,871 milhões de toneladas. A cana-de-açúcar contabilizou um incremento menor, mas também significativo, 3,3%, de 48,685 milhões de toneladas para 50,292 milhões de toneladas.

 

 

Valor da produção

O analista técnico de economia do Sistema Famasul, Luiz Gama, avalia que “apesar do aumento do volume colhido, os preços registraram queda em função do recuo do dólar, que em 2017 esteve em média a R$ 3,18 contra R$ 3,48 em 2016”.

 

O aumento da produção e queda dos preços fez com que o Valor Bruto da Produção (VBP) do estado caísse 2,01% entre 2016 e 2017, recuando de R$ 27,08 bilhões para R$ 26,54 bilhões. O VBP é um indicador da atividade calculado com base nos volumes de produção e preços médios da agricultura e pecuária do estado.

 

“A produção de milho cresceu neste ano em relação ao anterior, mas o preço do cereal foi em média 41,6% menor em 2017. Isso resultou em um VBP 7,2% menor neste ano. Na soja, a produção na safra 2016/2017 foi 18,43% maior que a do ciclo 2015/16, já o preço médio da saca neste ano foi 16,6% menor que o preço médio do ano anterior. Isso resultou em uma queda de 1,3% no Valor Bruto de Produção da oleaginosa nesta temporada”, detalhou o analista técnico de economia.

 

 

Exportações de MS

 

Em 2017, a agropecuária continuou a ser o destaque nas exportações de Mato Grosso do Sul. Cinco grupos de produtos do setor ou que utilizam matérias-primas do segmento lideraram o ranking estadual de faturamento com as vendas internacionais. Entre janeiro e outubro, o complexo soja, os produtos florestais, as carnes, o complexo sucroenergético e os cereais representaram 91,3% do total da receita exportada pelo estado.

 

O complexo soja, por exemplo, representou sozinho, com um resultado financeiro de US$ 1,403 bilhão, 36,17% dos US$ 4,108 bilhões em produtos que Mato Grosso do Sul embarcou para o exterior nestes dez meses de 2017.

 

Entre os parceiros comerciais, a China se manteve ao longo do ano como principal comprador de itens “Made in MS”, representando 37,58% do total comercializado pelo estado. Na sequência aparecem a Itália, com 4,57%; Hong Kong, com 4,30%; a Holanda, com 3,90% e o Japão, com 3,43%.

 

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