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Rural Quinta-feira, 09 de Abril de 2009, 12:34 - A | A

Quinta-feira, 09 de Abril de 2009, 12h:34 - A | A

Silagem é garantia de alimento na época mais seca do ano

Da Redação

De forma geral, entre os meses de fevereiro e abril agricultores de várias regiões do país costumam fazer silagem. Considerada uma espécie de “reserva” de alimento para os animais - sobretudo bovinos - durante o período mais seco do ano, é uma segurança que o produtor tem de que não vai faltar comida para seu gado.

A silagem de milho é considerada a mais rica em energia. “O milho é uma das culturas mais utilizadas no Brasil para esse fim por apresentar um bom rendimento de matéria verde, uma excelente qualidade de fermentação e pela manutenção do valor nutritivo da massa ensilada, além da boa aceitação por parte dos animais”, explica o pesquisador José Carlos Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo. Em termos de produtividade, há registros de silagem de milho alcançando até 70 toneladas de matéria verde por hectare.

No entanto, o produtor deve estar atento às recomendações técnicas do processo. Um momento considerado fundamental para o sucesso é a decisão sobre a hora do início da ensilagem. Saber exatamente quando colher o milho traz ganhos na qualidade da silagem e, claro, ganhos financeiros ao produtor.

E qual é, então, o ponto ideal de colheita do milho para silagem? Considerando as condições práticas no campo, o melhor momento é quando o milho estiver entre 30% e 35% de matéria seca. Para saber quando o milho está nesta fase, o produtor pode usar a técnica da “linha de leite” do grão que consiste, basicamente, em saber em que ponto está o enchimento do grão.

O processo é simples. Colhem-se entre 7 e 10 espigas; despalham-se as espigas; quebram-se as espigas ao meio; e observa-se a coroa dos grãos na face anterior (abaixo) da ponta da espiga. Conforme a condição do grão, dá-se uma nota, que deve ser: “um” para grão leitoso (bom para milho cozido); “dois” para pastoso (bom para pamonha); “três” para grão farináceo (quando ele começa a endurecer); “quatro” quando o grão estiver com 25% ou um quarto da linha de leite; “cinco” quando a linha de leite estiver em 50% ou dois quartos do grão; “seis” quando o grão estiver com 75% ou três quartos da linha de leite; ou “sete” quando o grão já estiver completamente duro.

Pode parecer muito número, mas na prática o processo é simples. Somando tudo e tirando a média, o produtor deve ter em mente o seguinte: a consistência do grão no estágio farináceo (nota “três”) corresponde ao teor de 30% de matéria seca; e a posição da linha de leite na metade do grão (nota “cinco”) equivale ao teor médio de 35% de matéria seca. Ou seja: o ponto ideal da colheita de milho para silagem é entre o estágio farináceo e o em que o grão está duro pela metade.

Sorgo

Dependendo das condições da região, a cultura do sorgo também rende bem quando utilizada para silagem. Segundo José Carlos, a produção de silagem de sorgo vem aumentando nos últimos anos, “geralmente apresentando produção de matéria seca mais elevada do que o milho, especialmente em condições marginais de cultivo, como aquelas regiões de solos com menor fertilidade e em locais onde há estiagens longas e frequentes”.

Algumas vantagens do sorgo para silagem são a maior tolerância à seca e ao calor, a capacidade de explorar um volume maior de solo, o sistema radicular abundante e profundo e a possibilidade de cultivo da rebrota, com uma produção que pode chegar a 60% no primeiro corte quando submetido a um manejo adequado.

Outras informações podem ser obtidas junto à ACE (Área de Comunicação Empresarial) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3027-1272 ou [email protected] .


Clenio Araujo (MG 06.279 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
www.cnpms.embrapa.br
Área de Comunicação Empresarial (ACE)
Tel.: (31) 3027-1272
Cel.: (31) 9974-3282
E-mail: [email protected]
 

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