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Rural Sábado, 19 de Abril de 2008, 11:40 - A | A

Sábado, 19 de Abril de 2008, 11h:40 - A | A

Soja perde fôlego e IGP-10 sobe menos

Da Redação

Favorecido pela forte queda no preço da soja no atacado (-9,56%), o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) subiu menos em abril, com alta de 0,45% ante 0,61% em março. Porém, mesmo com a taxa menor, o índice deu sinais de alerta. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou ontem o indicador, detectou altas preocupantes de preços no atacado e no varejo, que devem a continuar a subir nos próximos meses.

“Tudo vai depender do rumo dos preços dos produtos agrícolas. Se eles subirem muito, a taxa do índice pode acelerar”, afirmou o coordenador de Análises Econômicas da fundação, Salomão Quadros. Em abril, pelo menos um produto agrícola contribuiu para manter o IGP-10 comportado.

A soja derrubou o avanço de preços de março para abril do setor atacadista (de 0,85% para 0,35%), que é o de maior peso na formação do IGP-10. Segundo Quadros, o impacto do produto no indicador foi tão grande que, caso o preço da soja não tivesse variado, o IGP-10 teria subido o dobro, chegando a 0,84%. É época de colheita do produto no País, o que eleva a oferta e reduz os preços.

Por outro lado, os alimentos processados pressionaram para cima o índice. Houve altas importantes, que acabaram com as deflações em carne bovina (-0,91% para 0,19%) e leite industrializado (de -0,21% para 2,72%), de março para abril.

No segmento de derivados de trigo, a farinha de trigo subiu de 6,48% para 6,88% e as massas alimentares, de 0,93% para 5,42%. “Esse tipo de produto, quando o preço sobe, demora a cair novamente. Além disso, altas nos preços dos alimentos processados têm impacto quase imediato na movimentação de preços do varejo.”

Os preços do varejo dispararam de 0,04% para 0,61%, de março para abril, com o fim da queda nos preços dos alimentos (de -0,39% para 1,13%). O pão francês subiu 4,83%. “O aumento de custo do trigo está sendo repassado para o consumidor.”

Na construção civil, o aumento mais forte da mão-de-obra (de 0,02% para 0,57%), puxou os preços para cima (de 0,49% para 0,73%).

Até abril, o IGP-10 acumula elevações de 2,91% no ano e de 9,16% em 12 meses. O período de coleta de preços para o IGP-10 deste mês foi do dia 11 de março a 10 de abril.  (Fonte: O Estado de São Paulo)

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