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Rural Quarta-feira, 06 de Maio de 2009, 14:27 - A | A

Quarta-feira, 06 de Maio de 2009, 14h:27 - A | A

Soja terá nova alta de preço com foco na Argentina

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Os preços mundiais da soja deverão ter nova alta entre maio e junho, à medida que novos números de uma safra 2008/09 da Argentina ainda menor do que a projetada forem sendo confirmados, disseram analistas nesta terça-feira.

"Não descarto uma safra de 30 milhões de t", afirmou o analista argentino Pablo Adreani, da AgriPAC, referindo-se aos prejuízos trazidos por uma severa seca para as lavouras.  Na semana passada a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou a safra 2008/09 de soja da Argentina em 34 milhões de t.

Adreani, que por ora ainda vê a produção argentina de 31,7 milhões de t, afirmou em apresentação no seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2009 e 2010 que os preços globais da soja, pela menor oferta argentina, poderiam subir cerca de US$ 30 por t, em relação aos já elevados patamares atuais.

Segundo ele, esse aumento de preço também estaria relacionado a uma menor oferta de farelo e óleo de soja, produtos que a Argentina lidera no abastecimento do mercado internacional.

"Serão 1 milhão de t de óleo a menos e menos 4 milhões de t de farelo (com a quebra de safra)."  A Argentina é ainda o terceiro maior fornecedor global de soja em grão, atrás dos Estados Unidos e Brasil.  O analista afirmou que o mercado de soja encontraria sustentação até pelo menos a confirmação do tamanho da safra americana, em agosto. Até lá, além do fator Argentina, haveria também o chamado "weather market".

"Durante o mercado de clima (para a safra dos EUA), em maio e junho, não ficaria surpreso se chegar a 12 dólares por bushel em (na bolsa de) Chicago", declarou o analista brasileiro da Céleres, Anderson Galvão, que também participou do seminário em São Paulo.

E o analista argentino acrescentou que, se o cultivo dos EUA tiver algum problema, vai haver firmeza também nos contratos da CBOT mais distantes, atualmente menos valorizados que os próximos.

Já Galvão disse também acreditar que o mercado de soja em Chicago, que tem oscilado em torno de US$ 11 por bushel atualmente na primeira posição, não deve cair abaixo de US$ 10 este ano, um nível acima da média histórica.

No caso de os contratos em Chicago atingirem realmente um patamar ainda mais alto nos próximos meses, poderia fortalecer as intenções de plantio da próxima safra sul-americana, que começa a ser semeada primeiramente no Centro-Oeste brasileiro, em meados de setembro, de acordo com os analistas.

Com a força das cotações, segundo o analista da AgriPAC, o Brasil poderia colher em condições normais de clima em 09/10 uma safra de 63 milhões de t, ante 58,1 milhões em 08/09 de acordo com a última estimativa da Conab. Já a Argentina poderia colher 54 milhões de t em 09/10. (Com informações do site Agroin)

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