Nesta quarta-feira (16), a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina anunciou o deputado federal Valdir Colatto (MDB-SC), membro da bancada ruralista no Congresso, como o novo diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
Entidades e representantes do agronegócio receberam o nome com insatisfação, pois a maioria aguardava pela permanência de Raimundo Deusdará Filho no comando do órgão.
O ex-diretor da pasta foi responsável pela implementação do CAR (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural), Raimundo mantinha diálogo com o setor produtivo e era considerado um interlocutor confiável entre ruralistas e ambientalistas.
Com o anúncio de Colatto, nome de confiança da ministra, a expectativa é de que ele, divida o comando do órgão com Deusdará -que ainda poderia assumir um cargo de direção adjunta. Os funcionários do Serviço Florestal Brasileiro foram surpreendidos pela indicação de Colatto durante a visita da ministra ao órgão.
O SBF pertencia ao Ministério do Meio Ambiente e passou para a Agricultura na reforma administrativa feita pelo governo Jair Bolsonaro, medida essa, criticada por entidades ambientais.
O órgão foi criado em 2006 para gerir a concessão de florestas públicas, o Serviço Florestal tem como principal atribuição hoje o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro eletrônico obrigatório para os proprietários de imóveis rurais e um dos mecanismos para implementar o Código Florestal.
Com a possibilidade de realizar o cruzamento de informações autodeclaradas com imagens georreferenciadas, o CAR identifica as áreas de reserva legal e as áreas de preservação permanente das propriedades rurais do país. O cadastro permite aos órgãos ambientais saberem quem tem causado danos ao meio ambiente e quem está seguindo o que determina a lei. Após isso, a fiscalização entra em cena.