Campo Grande Segunda-feira, 06 de Maio de 2024


Rural Quarta-feira, 08 de Abril de 2009, 10:13 - A | A

Quarta-feira, 08 de Abril de 2009, 10h:13 - A | A

Vacina contra aftosa da Argentina pode mudar mercado brasileiro

Da Redação

O mercado de vacinas contra a aftosa no Brasil cresce a cada ano. Só na atual campanha, mais de 22 milhões de doses já foram comercializadas no país. A estimativa do Ministério da Agricultura é que sejam aplicadas no rebanho brasileiro, este ano, 386 milhões de doses, cerca de 26 milhões a mais que em 2008. O bom desempenho deste segmento atrai empresas de outros países.

Depois de obter licença do Ministério da Agricultura do Brasil no ano passado, a empresa argentina Biogeneses Bago começou os testes para comercializar o seu produto aqui. A expectativa era de que as vacinas estivessem disponíveis já para esta campanha de vacinação, que em alguns Estados começou na semana passada. Mas não foi o que aconteceu. A estimativa agora é para o fim do ano, na segunda etapa da campanha.

A importação de vacinas argentinas pode mexer no mercado brasileiro. A concorrência vai ser maior, com outras seis empresas que fabricam vacina no Brasil. Mas além de mercado, a questão é política também. O assunto inclusive foi discutido pelos presidentes Lula e Cristina Kirchner em encontro realizado no Brasil no mês passado. E é ainda uma questão técnica.

O processo de registro de uma nova vacina é rigoroso e pode levar três, quatro ou até cinco anos, diz Emílio Salani, presidente do Sindan, o sindicato que representa as industrias que fabricam produtos de saúde animal. Em se tratando de produção e demanda de vacinas hoje no Brasil, não haveria justificativa para importação do produto argentino, diz ele.

– Falando em termos de abastecimento hoje, não há uma falta de vacinas. Hoje nós temos seis produtores de vacinas contra a febre aftosa numa capacidade instalada de meio bilhão de doses. Do ponto de vista de abastecimento, não existiria. Agora, do ponto de vista concorrencial, de livre mercado, todos têm direito de participar dos subsegmentos do mercado de saúde animal.

Na opinião do integrante da Câmara Setorial de Carne Bovina e representante dos pecuaristas no governo do Estado de São Paulo, Auler José Matias, a concorrência pode melhorar também a qualidade da carne produzida no Brasil.

– Que os laboratórios que estão instalados aqui passem a trabalhar num novo veículo, numa nova forma de inoculação para você evitar contusões, que se discutiu muito se a culpa é do aplicador, do produtor ou se é da vacina. Então precisa deixar isto muito claro. Então, cabe sempre a concorrência, cabe um novo produto para aprimorar isto, porque o Brasil precisa avançar nesta questão da aftosa.

O Ministério da Agricultura informou que as vacinas argentinas estão passando por testes em laboratório e que a importação ainda vai depender do fim das análises, prevista para o mês de outubro deste ano. (Fonte: Canal Rural)
.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS