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Saúde Quarta-feira, 06 de Fevereiro de 2008, 13:22 - A | A

Quarta-feira, 06 de Fevereiro de 2008, 13h:22 - A | A

Confirmada 1ª morte por febre amarela no Paraguai em mais de 100 anos

Uol

As autoridades sanitárias do Paraguai confirmaram hoje a primeira morte por febre amarela em região rural em mais de cem anos, além de outros cinco possíveis infectados em uma comunidade da província de São Pedro, localizada no centro do país.

Segundo o diretor do Hospital de Clínicas, o epidemiologista Adolfo Galeano, a vítima, um jovem de 24 anos, faleceu no último dia 1º no centro hospitalar de Assunção, por complicações hepáticas e renais.

Galeano explicou que havia dúvidas sobre a verdadeira causa de morte do jovem, que tinha saído para caçar com amigos em uma região florestal, localizada na província de São Pedro de Ycuamnadiyú, a cerca de 350 quilômetros ao norte de Assunção.

"O que estávamos suspeitando foi confirmado. Não podemos ficar calados esperando que todos os requisitos sejam avaliados", afirmou Galeano, ao explicar que ainda estão sendo feitas a biópsia e a autópsias da vítima, exames que servirão para fechar o caso.

A confirmação da primeira morte por febre amarela foi anunciada durante uma entrevista coletiva convocada pelo ministro da Saúde Pública, Óscar Martínez, na qual também foram divulgados os métodos de prevenção contra o dengue, que em um surto epidêmico no ano passado gerou 17 mortos e 27.000 infectados.

Martínez informou ainda o caso de um homem "com diagnóstico clínico e laboratorial de febre amarela", além de outras quatro pessoas do mesmo sexo e da mesma região central, que estão sendo avaliadas como possíveis infectados.

O ministro afirmou ainda que estão sendo realizadas pesquisas onde há suspeita de foco, e intervenção de algumas áreas para a aplicação de remédios contra o mosquito responsável por transmitir a doença e vacinação para a população.

Galeano, por sua vez, explicou que, dos casos citados pelo ministro, um recebeu alta, outro foi mandado para a unidade de terapia intensiva de Clínicas "com insuficiência hepática e renal", enquanto os outros três continuam internados.

O diretor de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Gualberto Piñánez, disse que a situação realmente representa "uma emergência", por apresentar forte risco de propagação ao resto do território paraguaio.

O funcionário disse que esse é o primeiro caso fatal "dos últimos tempos" no Paraguai, onde o último antecedente de morte por febre amarela foi em 1904. Em 1974 foram detectados alguns infectados que foram tratados a tempo e se recuperaram.

Piñánez anunciou um programa de imunização dos habitantes da zona onde está localizado o foco e afirmou que a Organização Pan-americana da Saúde (OPS) cooperará com 600.000 doses de vacina contra a febre hemorrágica transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

No entanto, a representante no Paraguai da OPS, Carmen Serrano, advertiu que a imunização não é o suficiente e fez um apelo ao povo para que mantenham suas casas "em condições de saneamento e segurança" para evitar que o mal se propague às áreas urbanas, o que, segundo ela, seria "uma catástrofe".

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