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Saúde Segunda-feira, 04 de Fevereiro de 2008, 11:45 - A | A

Segunda-feira, 04 de Fevereiro de 2008, 11h:45 - A | A

Especialista: Brasil pode exportar gel contra HIV

Agência Brasil

A professora de Biologia Marinha Valéria Laneuville Teixeira, do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que o Brasil poderá exportar, principalmente para países da África, o gel vaginal desenvolvido a partir de algas marinhas para prevenir infecções do vírus HIV, causador da aids.

Ela disse que é necessário comprovar se o produto não é tóxico e se é eficaz em seres humanos. Com esses testes prontos, "o Brasil poderá exportar, com certeza", afirmou Valéria.

A especialista conseguiu isolar o composto químico (dolabelladienetriol) extraído da alga marinha parda, encontrada em grande parte da costa brasileira. O composto foi transformado em um gel pelo professor Luiz Roberto Castello Branco, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, parceiro no projeto.

O gel vaginal funciona como um preventivo contra a aids em relações sexuais. "O certo é usar com a camisinha", disse Valéria Teixeira. Ela acrescentou, porém, que em alguns países, como a África, o uso da camisinha é quase um tabu.

O Instituto de Biologia da UFF já iniciou testes em camundongas. Mas, para que o gel vaginal possa ser comercializado, é necessário que sejam feitos também testes clínicos, isto é, em pacientes com aids.

Valéria Teixeira informou que deverão ser efetuados testes em células humanas de colo de útero. A previsão é de que a fase clínica tenha início em 2009 ou 2010.

A pesquisadora afirmou que o produto também poderá ser adotado pelo Ministério da Saúde em programas de prevenção contra a aids. O ministério tem apoiado o projeto, inclusive em termos financeiros.

O gel vaginal desenvolvido no Brasil apresenta um custo elevado devido à substância ativa coletada da alga. Valéria Teixeira disse, porém, que o Instituto de Biologia da UFF já está desenvolvendo estudos, em colaboração com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para cultivar essa alga.

A idéia é que o produto possa ser obtido de maneira mais rápida, sem degradar o meio ambiente. "O que a gente quer é ter a substância sem ficar extraindo a alga do ambiente. É o desejável", afirmou.

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