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Saúde Terça-feira, 05 de Fevereiro de 2008, 14:33 - A | A

Terça-feira, 05 de Fevereiro de 2008, 14h:33 - A | A

Laboratório nacional desenvolve concorrente do Viagra

O Dia

Com o sugestivo título de Helleva, o primeiro remédio contra disfunção erétil produzido no Brasil deve chegar às farmácias ainda neste mês. Desenvolvido pelo laboratório paulista Cristália, o Helleva será vendido em duas apresentações: dois e quatro comprimidos de 80 mg, com preços, no mínimo, 25% menores que o do concorrente mais barato. Nas farmácias, as caixas do medicamento sairão por R$ 44,56 e R$ 89,14, respectivamente.

No Brasil, a estimativa é que a impotência sexual afete 12 milhões de homens acima dos 40 anos, mas somente 300 mil procuram tratamento médico. Atualmente, três produtos — Viagra, Cialis e Levitra — disputam esse filão, que movimenta em torno de R$ 660 milhões por ano. No mundo, as cifras chegam a R$ 3 bilhões.

“Nos últimos anos, o mercado da disfunção erétil no Brasil cresceu pouco. Isso se deve ao preço elevado dos medicamentos. Do ponto de vista econômico, o preço torna o Helleva ainda mais competitivo. Mas o nosso objetivo não é competir com esse ou aquele produto e, sim, ampliar esse mercado. No fim de dois anos, queremos conquistar 20% dele”, avalia o diretor-geral da Cristália, Philippe Boutaud.

Satisfação Discreta

Mas preço acessível, ressalva Philippe, não é única vantagem. Ao contrário do Viagra, o “diamante azul” da Pfzeir, um comprimido branco de Helleva passa por um simples analgésico. “Nas pesquisas, ficou constatado que os usuários se sentiam constrangidos na hora de consumir os remédios em público. A idéia é proporcionar o máximo de discrição ao usuário. Ele poderá tomar o Helleva quando e onde bem entender”, diz Philippe.

Segundo o urologista Carlos Roberto Ferreira Jardim, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quanto ao tempo de ação, o Helleva não é muito diferente do pioneiro Viagra: os dois oferecem em torno de oito horas de prazer. O Levitra permite pouco mais, 10 horas, e o Cialis tem um efeito bem mais prolongado, 36 horas.

Em relação ao tempo médio para que façam efeito, Helleva, Viagra e Levitra se equivalem: levam de 30 minutos a uma hora. Quanto ao Cialis, o tempo para que comece a agir é proporcionalmente maior: duas horas.

Uma opção testada em 453 pacientes

O Helleva chega às prateleiras após quase sete anos de estudos, que envolveram 60 médicos de 17 centros de pesquisa do País. O produto foi testado em 453 pacientes. O aposentado Rubens Simões, 79 anos, é um dos que o aprovaram. “Já tive a oportunidade de tomar um similar e meu rosto ficou pegando fogo. Com o Helleva, não tive reação”, afirma Rubens, casado com uma parceira 24 anos mais nova.

A principal contra-indicação do Helleva é para quem faz tratamento de angina ou infarto do miocárdio com remédios à base de nitratos, explica o urologista Carlos Roberto Ferreira Jardim. Os efeitos colaterais do Helleva também não diferem muito dos causados pelos concorrentes. Dor de cabeça, vermelhidão no rosto e congestão nasal são os mais freqüentes.

Há jovens que abusam desse tipo de produto para ter uma ereção mais forte e demorada. Carlos Roberto alerta que a prática como recreação pode causar dependência química e psicológica do medicamento.

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