De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a produção de alimentos no país deve crescer 21% até 2022, saindo de 153,26 milhões de toneladas ano (2011) para 185,60 milhões de toneladas. Na pecuária de corte, o aumento previsto é de 43,2%, chegando a 36,2 milhões de toneladas de carne nos próximos dez anos. As projeções do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também apontam um crescimento estimado de 5% na produção de carne no Brasil até 2015 para atender a demanda de consumo mundial.
Para o doutor em Medicina Veterinária (Universidades de Santiago de Compostela, Espanha, e Universidade Estadual de Campinas), Rodrigo Blanco, apostar em tecnologia é a saída aumentar a produtividade na pecuária. “São investimentos que trazem retorno imediato para uma atividade que, em média, traz retorno a longo prazo”, analisa. Com um equipamento importado da Espanha para casqueamento de bovinos, o Tronco Hidráulico, Rodrigo explica que além da rapidez do procedimento, o maior benefício está no bem estar animal. “Trabalhamos uma média entre 60 a 80 animais por dia, enquanto o casqueamento com o animal deitado, que é a técnica mais usual hoje, só consegue tratar até 10 animais. Com o animal em pé, evitamos uma série de complicações para a saúde da vaca ou touro e isso vai refletir em resultados mais satisfatórios de prenhes, peso e produção leiteira”, conta.
O casqueamento é utilizado para fazer a correção podal do animal. “O casco têm por finalidade dar sustentação e locomoção dos bovinos e seu estado influencia diretamente no peso do animal já que, com problemas, ele não consegue se locomover em busca de pasto ou mesmo para se reproduzir”, diz Rodrigo. Com lesões no casco, a vaca passa mais tempo deitada, o que ainda pode provocar proliferação de bactérias, levando a casos de infecção do úbere (mastite). “O resultado imediato é a diminuição na produção e qualidade do leite”.
Com o casqueamento feito pelo equipamento, complicações como torção do útero, que pode levar a esterilidade da vaca, torção do abomaso ou problemas nos testículos, no caso dos touros, são evitadas. Além disso, o profissional que realiza o procedimento não fica de joelhos sobre o animal. “O bem estar humano também é garantido”.
O Tronco Hidráulico é utilizado na Europa há 15 anos. Sua fabricação é artesanal. São apenas 10 equipamentos por ano. No Brasil, existe apenas um exemplar na cidade de Campo Grande (MS), em um laboratório veterinário. “Mato Grosso do Sul pode despontar ainda mais no mercado internacional se tornando mais competitivo. Para isso, precisa investir diretamente em tecnologia”, finaliza Rodrigo Blanco. (Fonte: Sato/Famasul)