A Polícia Federal de Corumbá deve ouvir 40 depoimentos, até amanhã (18), durante as investigações da Operação Questor, que visa desmantelar uma quadrilha que fraudava licitações públicas na Prefeitura de Ladárioe durante um ano teria desviado recursos federais da ordem de R$ 500 mil. Nestes dois dias, a maioria dos depoimentos foram de servidores da Prefeitura ladarense.
Na tarde desta terça-feira, o prefeito José Antonio Assad e Faria prestou depoimento ao delegado da PF, Fábio Machado, que comanda o inquérito. "O prefeito prestou depoimento. Foi intimado assim como vários outros servidores e pessoas que podem acrescentar informações às investigações", explicou o delegado chefe, Alexandre do Nascimento.
"O depoimento dele era necessário porque, além de prefeito, foi ele quem nomeou as pessoas e elas são subordinadas a ele", disse Nascimento. Ainda segundo o delegado chefe da Polícia Federal corumbaense, as investigações da Operação Questor - que duraram um ano - não citam o chefe do Executivo ladarense.
Nascimento informou que todos os seis funcionários da Prefeitura de Ladário, entre eles os secretários de Finanças, Name Faria, e de Educação, Eliene Urquiza, que tiveram a prisão temporária decretada, foram encaminhados para os presídios masculino e feminino por falta de espaço adequado na delegacia da PF. "Aqui não temos instalações adequadas para manter essa quantidade de pessoas presas. Eles têm curso superior e têm direito à cela especial", afirmou o delegado.
As prisões temporárias do grupo - por cinco dias, podendo ser prorrogadas ou convertidas em permanentes - se justificou pela "garantia da instrução criminal", complementou. O prazo para a conclusão do inquérito é de 10 dias.
A "Operação Questor" é uma ação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria Geral da União (CGU). Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária em Corumbá; dois em Ladário e um em Campo Grande. Outros 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos agentes federais.
De acordo com as investigações, o grupo era composto por funcionários públicos e empresários e fraudava procedimentos licitatórios que envolviam verbas públicas federais destinadas à saúde, educação e infraestrutura no município de Ladário. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ladário, informou que o prefeito José Antonio deve falar sobre o caso, nesta quarta-feira, em entrevista coletiva. (Diário On Line)