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Cotidiano Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009, 09:59 - A | A

Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009, 09h:59 - A | A

Panelaço realizado por acadêmicos pode ter feito ministro entrar pelos fundos de centro de convenções

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

“Jornalista de mentira reforma a verdade! Jornalista de mentira reforma a verdade! Jornalista de mentira reforma a verdade!”

Cerca de 50 acadêmicos de jornalismo, os donos destes gritos, teriam sido um dos motivos que fizeram o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) ministro Gilmar Mendes entrar pelos fundos do centro de convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, que recebera na noite de ontem, 29, a abertura do 1º Encontro do Fórum Nacional Fundiário para Monitoramento e Resolução dos Conflitos Fundiários Rurais e Urbanos.

Os estudantes promoveram manifesto em prol do retorno da obrigatoriedade do diploma universitário para exercício da profissão. Eles se aglomeraram com cartazes, panelas e apitos em frente ao centro de convenções. Assim que o ministro e o governador André Puccinelli chegara se empolgaram mais ainda.

Segundo informações de bastidores, o ministro teria entrado por uma porta nos fundos que daria para uma cozinha. A versão da organização do evento é de que o ministro estaria cansado pois chegara de uma viagem internacional e preferiu não entrar pela frente.

Os manifestantes não conseguiram conversar com ele. Durante entrevista coletiva, uma acalorada estudante queria informações sobre a decisão de banir a obrigação do diploma. “O STF entendeu que não era necessário o diploma. Acho que isso não trará um prejuízo, ao contrário, acredito que as pessoas vão buscar novas formação adicional. Temos grandes jornalistas que não são formados. Foi nossa leitura do texto constitucional.”

Além disso, segundo Gilmar, houve abertura para discussão. “Foi amplamente debatido. A Fenaj [Federação Nacional dos Jornalistas] esteve presente.” Ele ainda disse que isso pode ocorrer com outras profissões. “Como no caso de músico por exemplo.”

Decisão

A nulidade da obrigação diplomática foi decidida em junho no STF. Foram oito votos a um em prol do fim do diploma. Gilmar Mendes foi o relator da matéria.

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Roberto Belini, aluno do sexto semestre na Uniderp
Foto: Deurico/Capital News

“Revoltada”

Elen Ana Rocha, 18 anos, é bolsista e cursa o primeiro ano de jornalismo na Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal). Indagada sobre como se sentia sabendo que sai decisão de que qualquer pessoa pode ser jornalista assim que ele acabara de entrar em um curso superior que lhe confere não só um diploma, mas um maior conhecimento sobre a futura profissão, ele se diz “extremamente revoltada”.

“Sou bolsista e lutei muito para chegar a uma faculdade de Jornalismo. Vou ter minha formação e saber que ela pode não valer me deixa revoltada”, explica, enquanto segura o cartaz com os seguintes dizeres: “Jornalista sem diploma: desrespeito para com a sociedade”.

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Elen se diz "revoltada" com fim da obrigatoriedade do diploma
Foto: Deurico/Capital News

“É um retrocesso. Estamos aqui para mostrar para o ministro que protestamos contra a decisão. Um jornalista formado tem muito mais condições de informar a sociedade”, assim pensa Roberto Belini, estudante do sexto semestre da Uniderp.

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Panelaço em frente ao centro de convenções parece ter soado alto no ouvido do ministro, que entrou pelos fundos
Foto: Deurico/Capital News

Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
 

 

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