Christiano Luna de Almeida, acusado pela morte do segurança Jefferson Bruno Gomes Escobar, o Brunão, durante uma briga no dia 19 de março deste ano em uma casa noturna em Campo Grande vai ser levado a júri popular no dia 12 de agosto, conforme sentença proferida ontem (30) pelo juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, na madrugada do dia 19 de marçoo acusado estava na casa noturna “Valley Pub” onde, por duas vezes, importunou um garçom do local. Por esta razão, foi retirado da boate. Após se retirar do estabelecimento, o acadêmico agrediu Brunão que acabou morrendo logo em seguida. O MP sustentou que o acusado agiu por motivo torpe e usou de recurso que dificultou a defesa da vítima, pois ele seria um lutador qualificado.
Sobre a qualificadora motivo torpe, o magistrado destacou que o fato de o acusado ter sido retirado do estabelecimento não enseja agir como agiu e que se trata, na verdade, de motivo fútil e que há indícios de que o crime foi praticado por motivo fútil. Quanto à qualificadora recurso que dificultou a defesa da vítima, o juiz afirmou que também há indícios de tal ocorrência, pois “o denunciado, mesmo tendo ciência que a vítima estava lesionada e com capacidade defensiva reduzida, a agrediu novamente”.
No dia 14 de junho, o professor de artes marciais, Edemir Elias Fermino, uma das oito testemunhas, alegou durante audiência que não verificou nenhum golpe específico de artes marciais, após analisar as imagens registradas pelas câmeras de segurança no dia do crime.
Christiano confirmou em depoimento em juízo que havia ingerido bebidas alcoólicas no dia do crime, assim como teria passado a mão nas nádegas de um dos garçons, o que gerou toda a confusão no estabelecimento. Em depoimento, Christiano classificou o ato como uma “brincadeira infeliz”.
Ele negou ter agredido os seguranças, ao ser questionado pelo juiz sobre as imagens que mostravam Christiano desferindo chutes. O acusado afirmou que eram movimentos a esmo na tentativa de se defender. Christiano também nega ter brigado pela 2ª vez com o segurança Jefferson Bruno, após terem sido separados.
Testemunhas da acusação afirmaram que o acadêmico, após ter sido separado da confusão com os seguranças, voltou a brigar com Brunão, que já estava passando mal. Em seu depoimento, o acusado também disse ter sofrido coação durante seu depoimento na delegacia, porém foi questionado pela promotoria, já que ele estava acompanhado de um advogado quando era ouvido na delegacia.
Por Gilmar Hernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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