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Cotidiano Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2012, 18:21 - A | A

Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2012, 18h:21 - A | A

Catadores protestam no Fórum; Defensoria entra com ação para impedir fechamento do lixão

Fernanda Kintschner - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A Defensoria Pública entrou com ação civil pública com pedido de tutela antecipada, que pede a condenação do município de Campo Grande por danos morais e materiais para cada dia que os catadores forem impedidos de trabalharem no lixão. A defensoria também pede que o lixão não seja fechado sem que se resolva a situação dos catadores.

Segundo a defensora pública Olga Lemos Cardoso de Barros, a medida dá 72 horas para que a prefeitura diga o prazo em que o lixão será fechado. A defensora explica que a usina de reciclagem prometida não está em condições de funcionamento e que promessa da prefeitura em fechar o lixão até o Natal irá prejudicar os catadores.

“Eles ficarão sem trabalho se o lixão fechar. Então a medida exige que a prefeitura forneça capacitação de trabalho a todos, não só a uma parcela como está ocorrendo; oriente formas de se associar e montar cooperativas; e somente feche o lixão após esse ciclo se cumprir e assim eles possam ter um destinação de trabalho”, afirma Olga.

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Defensora alega que os catadores não tem onde trabalhar caso o lixão feche e com isso diversos problemas sociais surgirão
Foto: Deurico/Capital News

A preocupação da defensoria é voltada para a questão social. “Os catadores vão ficar sem seu sustento e isso vai gerar diversos problemas sociais. A prefeitura não pode impedi-los de trabalharem”, destaca Olga.

Protesto

A ação foi entregue pela defensoria ao juiz José Henrique Neiva, da Vara de Direitos Difusos e Coletivos, enquanto do lado de fora um grupo de cerca de 50 catadores protestava em frente ao Fórum de Campo Grande.

O vereador Athayde Nery (PPS) participou da entrega do documento e frisou aos catadores que neste sábado (15) se eles forem impedidos de trabalhar, eles vão documentar o total de pessoas presentes e a prefeitura será cobrada com uma multa diária por cada catador em R$ 140,00, que corresponde a média diária de ganho com a reciclagem no lixão.

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Vereador Athayde acompanha o processo e afirma a catadores que prefeitura pagará multas caso eles sejam impedidos de trabalharem
Foto: Deurico/Capital News

“Não existe usina. Ela ainda não tem condições de funcionamento e nem de abrigar a todos os catadores. Como vão fechar o lixão deixá-los sem serviço?” questionou o vereador. Segundo estimativa do Instituto Campo Grande de Cidadania, no lixão trabalham cerca de 400 catadores, contra 200 que aponta a prefeitura e em toda cidade somam mais de 1.400, considerando uma média de dois por cada um dos 70 bairros da cidade.

Para o representante do Instituto, Luiz Carlos Cobalchini, os catadores não podem ser excluídos do processo da reciclagem. “Eles tem uma profissão e são trabalhadores dignos. Não se pode oferecer a eles um salário menor do que eles ganham. Tem é que se respeitar a Lei Federal de Resíduos Sólidos que dispõe que eles devam ser os agentes principais no processo de reciclagem”, disse.

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Cobalchini contabiliza que existam mais de 1.200 catadores em toda cidade
Foto: Deurico/Capital News

Segundo Cobalchini, no Brasil, apenas 5% do lixo é aproveitado pela reciclagem e isso já gera cerca de R$ 18 bilhões. Então os catadores concluem que se eles se organizarem em cooperativas o lucro da reciclagem será maior do que a Solurb – empresa responsável pelo lixo em Campo Grande nos próximos 25 anos – oferece a eles caso virem seus funcionários fixos.

De acordo com os catadores, a Solurb oferece de um a dois salários mínimos na usina de reciclagem, sendo que eles ganham mais que isso com a venda do reciclável do lixão. Os catadores participantes do protesto anunciaram que já estão organizando uma cooperativa, mas ainda sem nome definido e concordam que não tem onde trabalharem com o fechamento do local. Em média o Instituto Campo Grande calcula que a ação dos catadores retira cerca de 150 toneladas de recicláveis por mês do aterro sanitário.

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O grupo levou faixas de protesto e alegam que se lixão fechar vão perder seu ganha pão
Foto: Deurico/Capital News

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Ildo Miola Junior 15/12/2012

Isso é só para pressionar o Magistrado, porque a Justiça Estadual a distribuição é totalmente virtual. Engraçado o camarada era vereador, poderia fazer algo, ou lutar por alguma coisa, espera a manifestação para integrá-la, quanta coincidência.

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