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Cotidiano Terça-feira, 26 de Agosto de 2008, 07:15 - A | A

Terça-feira, 26 de Agosto de 2008, 07h:15 - A | A

Parabéns Campo Grande!

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A todos os leitores a amigos do Capital News, preparamos um breve histórico da Capital Morena e uma lista com algumas curiosidades sobre a cidade. Neste 26 de agosto, esperamos que o interesse em continuar a fazer de Campo Grande uma linda cidade pra se viver permaneça em cada coração e que saibamos respeitar esta cidade acolhedora e que tanto nos orgulha.
A equipe do Capital News parabeniza Campo Grande e espera que cada cidadão possa compartilhar com alegria dessa data que ainda se repetirá muito e que cada um possa se sentir responsável em cuidar e amar a Capital Morena.
Equipe Capital News

Um pouco sobre Campo Grande

Campo Grande é um município brasileiro da região Centro-Oeste, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Reduto histórico de divisionistas entre o sul e o norte, Campo Grande foi fundada há mais de 100 anos por colonizadores mineiros, que vieram aproveitar os campos de pastagens nativas e as águas cristalinas da região dos cerrados. Cidade planejada e moderna, consegue aliar o progresso conservando o ar interiorano e em harmonia com a natureza, a cultura indígena e as raízes históricas.
Possui uma vasta área verde, com ruas e avenidas largas e arborizadas. Por causa da cor de sua terra (roxa ou vermelha), é carinhosamente chamada de Cidade Morena. Talvez o que mais impressione em Campo Grande seja o contraste do céu de 180º, quase sempre azul, com a cor da terra, as árvores e as construções históricas do centro. A cidade está localizada em uma região de planalto, em que é possível ver os limites da linha do horizonte ao fundo de qualquer paisagem.
Campo Grande ocupa posição privilegiada geograficamente (está localizada no centro do Estado e eqüidistante dos extremos norte, sul, leste e oeste do estado, o que facilitou a construção das primeiras estradas que até aqui chegaram ou que daqui partiram. Esta posição em muito contribuiu para que se tornasse a grande encruzilhada ou pólo de desenvolvimento da vasta região. A cidade tem característica e tamanho dignos de uma metrópole, com uma população de mais de 720 mil habitantes, sendo considerada uma das cidades mais desenvolvidas da região Centro-Oeste e do Brasil.
Campo Grande constitui-se atualmente o maior núcleo urbano do oeste brasileiro, com quase 1 milhão de habitantes, sendo também considerado o mais importante centro catalizador de toda a atividade econômica e social do Estado, posicionando-se como o de maior expressão e importância cultural, sendo também o centro mais importante de toda a região do antigo estado, desmembrado em 1977.
Em 1950 o município concentrava 16,3% do total das empresas comerciais do Estado, em 1980 sobe para 24,3% e em 1997 para 34,85%. Também teve crescimento populacional acima da média nacional nos anos 1960, 70 e 80. Segundo pesquisa feita em 2006 pela revista Exame, Campo Grande é a 28ª melhor cidade do Brasil em infra-estrutura[4], fator decisivo na atração de investimentos.

História

Criação da Vila
Em 1870 (por razão da Guerra da Tríplice Aliança) chegou a notícia aos moradores de Monte Alegre (no Triângulo Mineiro) de terras férteis para agropecuária, na região do então "Campo Grande da Vacaria". Isso acabou contentando José Antônio Pereira, que precisava de terras para alojar sua família. Em 21 de junho de 1872 chegou e se alojou em terras férteis e completamente desabitadas da Serra de Maracaju, na confluência de dois córregos - mais tarde denominados Prosa e Segredo - e que hoje é o Horto Florestal.
No ano seguinte, José Antônio Pereira regressou a Monte Alegre, deixando o seu rancho e a sua lavoura incipiente entregues a João Nepomuceno, com quem se associara. Nepomuceno era caboclo de Camapuã, um arraial que morria, situado na antiga Fazenda Imperial do mesmo nome, nas cabeceiras do Coxim, e que ali aparecera, 'de muda' para Miranda, quebrando a monotonia do ermo com dois carros de bois que o peso da carga fazia chiar nos eixos.”" [Rosário Congro (1884-1963), primeiro historiador da cidade)]
No dia 14 de agosto de 1875, José Antônio Pereira enfim retorna com sua família (esposa e oito filhos), escravos, além de outros (num total de 62 pessoas). No primeiro rancho, que houvera construído, encontra agora Manoel Vieira de Sousa (Manoel Olivério) e sua família, provenientes de Prata, que aqui haviam chegado atraídos pelas notícias dos campos de Vacaria, juntamente com seus irmãos Cândido Vieira de Souza e Joaquim Vieira de Souza, e alguns empregados, um dos quais Joaquim Dias Moreira (Joaquim Bagage). Minas Gerais; as famílias se unem e originam a primeira geração de campo-grandenses. No fim de 1877 cumpre uma promessa feita durante a viagem de retorno e constrói a primeira igrejinha (rústica de pau-a-pique com telhas de barro). As casas, de precário alinhamento, formaram a primeira rua (chamava-se Rua Velha, atual rua 26 de Agosto, e terminava num pequeno largo (atual Praça dos Imigrantes), onde havia uma bifurcação, formando mais duas vias). José Antônio Pereira, fundador do arraial, construiu sua residência definitiva no final da ramificação de baixo (hoje rua Barão de Melgaço). Faleceu em sua fazenda "Bom Jardim", em 11 de janeiro de 1900, meses depois da emancipação política da vila (26 de Agosto de 1899). A partir de 1879 novas caravanas de mineiros foram chegando e sendo distribuídas nas terras devolutas, marcando suas posses, quase sempre sob a orientação do fundador. Estabeleceram assim as primeiras fazendas do Arraial de Santo Antônio do Campo Grande. No centro da rua, no comércio e farmácia, que pertenciam a Joaquim Vieira de Almeida, reuniam-se a alta sociedade do local. Era o homem que tinha maior instrução na vila e era o redator de documentos de caráter público ou privado. E eram resolvidos ali os problemas comunitários, de onde saíam as reivindicações ao governo. Foi de autoria do próprio Joaquim Vieira de Almeida uma correspondência solicitando a emancipação da vila.

O nascimento de um município
A região e a vila se desenvolviam em razão do clima e da privilegiada situação geográfica. Isso atraiu os habitantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Nordeste, entre outros. Depois de cansativas e insistentes reivindicações (também devido a sua posição estratégica, e sendo passagem obrigatória em direção ao extremo sul do Estado, Camapuã ou ao Triângulo Mineiro), o governo estadual promulga a resolução de emancipação da vila e a eleva à condição de município, ao mesmo tempo que passa a se chamar apenas Campo Grande em 26 de agosto de 1899. Com a emancipação ocorrida, Joaquim Vieira de Almeida havia falecido em decorrência de sua tuberculose e sem ver seu pedido atendido. O município de Campo Grande se desenvolve com a agropecuária, proporcionada pelo estabelecimento de fazendas de criação de gado em suas imediações e nos campos limpos de Vacaria. Torna-se um centro comercial bovino, de onde partiam comitivas conduzindo boiadas para o Triângulo Mineiro e o Paraguai. Construída em 1900 por Manuel da Costa Lima, a estrada boiadeira (hoje BR-163), passou a ligar Campo Grande às barrancas do Paraná. Com isso, as boiadas dirigiram-se também para São Paulo, onde abriu-se novo mercado para a região e novas oportunidades para o comércio local, além de intercâmbio. Chega a Campo Grande em 1909 o engenheiro Temístocles Pais de Sousa Brasil, que foi indicado e designado pelo Exército para realizar os estudos para a locação e a construção do quartel-general e outros aquartelamentos das Forças Armadas da região de Mato Grosso, além de ser designado para projetar a primeira planta urbana e rocio da vila de Campo Grande.

Crescimento, desenvolvimento e revolução
A comarca é criada em 1910. Seu primeiro juiz de direito foi Arlindo de Andrade Gomes. Seu primeiro promotor público, Tobias de Santana. As idéias modernizadoras dos primeiros administradores influenciaram várias áreas, da pecuária ao urbanismo, e foi traçada a zona urbana com avenidas e ruas amplas e arborizadas. É instalada a energia elétrica em 1916 e em 16 de julho de 1918, pelo Decreto nº. 772, o município é elevado à categoria de cidade. De 1921 a 1923, na gestão do intendente Arlindo Andrade, são feitas várias obras urbanas (urbanização da Av. Afonso Pena, arborização das vias principais e secundárias e ajardinamento da Praça Ari Coelho, entre outras). Outro fator de progresso para o município e para o estado de Mato Grosso foi a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, da RFFSA (atual Novoeste), em 1914, ligando as duas bacias fluviais: Paraná e Paraguai, aos países vizinhos: à Bolívia (via Corumbá) e ao Paraguai (via Ponta Porã). Foi um marco decisivo para o desenvolvimento de Campo Grande, que despontava como uma das mais progressistas cidades do antigo estado de Mato Grosso, superando a então capital estadual Cuiabá.
Funcionando como pólo comercial e de serviços de uma vasta região, Campo Grande desenvolvia-se e firmava sua liderança no sul do Estado. A transferência, em 1921, do Comando da Circunscrição Militar, inicialmente sediado em Corumbá (antes de chegar á Campo Grande, a Circunscrição da 9ª Região Militar teve como sedes ainda as cidades de Cuiabá e Aquidauana). A transferência e construção dos quartéis e outros estabelecimentos militares foi outra iniciativa que contribuiu para o seu desenvolvimento e liderança. Outro passo para o seu desenvolvimento foi a vinda de imigrantes estrangeiros: (japoneses, árabes, armênios) a partir de 1924. Em 1930 já possuía cerca de doze mil habitantes (além de três agências bancárias, correios e telégrafos, várias repartições públicas, estabelecimentos de ensino primário e secundário, assim como clubes recreativos). Tinha acesso ao abastecimento de água canalizada, energia elétrica e telefone.
Em 1932, chegou a informação na cidade da deflagração da Revolução Constitucionalista. Quando a cidade soube da notícia, viu seu primeiro desafio: “de que lado ficar?” As lideranças da época (políticos e coronéis oriundos do norte do estado e radicados na região) romperam de vez com o poder e uniram-se a São Paulo contra tudo e todos. Com isso foi declarado um estado independente, o Estado de Maracaju, com Campo Grande sendo a capital administrativa. Seu governador foi o renomado médico Vespasiano Martins, então intendente. A sede (ou o palácio do governo) foi instalado no prédio da Maçonaria, de lá partindo as decisões e o planejamento do combate às forças legalistas). A capital legal do Estado, que era Cuiabá (esta recebia maior influência de Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e parte de Minas Gerais), continua legalista. Campo Grande acabou, deste modo, tornando-se a capital do estado de Maracaju, anseio concretizado que já era manifestado desde o início do século (o sul independente do norte), mas que durou poucos meses, de 11 de julho até outubro de 1932.

Divisão e criação do estado de Mato Grosso do Sul
Com a vitória legalista, o sonho de divisão é frustrado, mas se reiniciou em 1958, quando dois militares (então coronéis), Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva, estavam em Mato Grosso para viabilizar a divisão do estado em dois, e concluíram que esta não era apenas viável, mas muito necessária, pois havia uma diferença enorme entre as regiões norte (entrada da Floresta Amazônica) e sul (representada por campos de pastagem). Com o general Ernesto Geisel empossado na Presidência da República nos anos 70, é nomeado o general Golbery do Couto e Silva para a chefia de sua Casa Civil. A região sul finalmente elege a maioria da Assembléia Legislativa Estadual, o que acabou concretizando, em 11 de outubro de 1977, pela Lei Complementar nº 31, a criação do estado de Mato Grosso do Sul, com capital em Campo Grande, instalado em 1979.

Curiosidades sobre a Capital
• É de Campo Grande o primeiro curso de pós-graduação em trânsito da América Latina, ministrado pelo Detran.
• Campo Grande foi a primeira cidade do Brasil a dispor de sobarias, restaurantes típicos japoneses que servem sobá.
• No Parque do Prosa (oficialmente Parque das Nações Indígenas), pesquisadores encontraram restos de povos pré-colombianos. Não se descarta a possibilidade de que a região tenha sido habitada por povos pré-históricos. Há indícios por toda a região.
• Até a chegada da ferrovia, o correio em Campo Grande vinha por Aquidauana, que se ligava ao Rio de Janeiro pelo rio da Prata. Os malotes percorriam vinte e tantas léguas a cavalo, em viagens que às vezes se atrasavam demais por excesso de combustivel no cavaleiro.
• A primeira sessão de cinema em Campo Grande foi na virada de século passada, embaixo das laranjeiras do único hotel da cidade. Um viajante levava a novidade pelo interior do país, fazendo de tela um lençol esticado, que quando molhado permitia melhorar a imagem dos curtas acelerados que extasiavam as incrédulas platéias.
• A primeira reportagem sobre Campo Grande ilustrada com belas fotos panorâmicas e com impressão de nível internacional foi certamente a publicada no Album Graphico de Matto Grosso, impresso na Europa em 1916.
• Com a chegada do trem, muitos imigrantes libaneses que há anos derretiam no calor de Corumbá acabaram se mudando felizes para Campo Grande, onde encontraram clima bem mais ameno, que segundo dizem é muito parecido com o da terra natal.
• Em Campo Grande está hoje uma das mais expressivas comunidades de descendentes de imigrantes japoneses originários da ilha de Okinawa. Aqui foram preservadas, inclusive, tradições culturais que na própria Ilha acabaram devastadas pela segunda grande guerra mundial, como o sobá por exemplo.
• Campo Grande tem uma escola projetada nos anos 50 pelo arquiteto Oscar Niemeyer. É a Escola Estadual Maria Constança de Barros, na rua Marechal Rondon, perto da Rodoviária. Tem a forma de um livro aberto. A escola é um orgulho da cidade.
• O Lago do Amor, na Cidade Universitária, já mereceu este nome. Nos anos sessenta e setenta foi refúgio de lazer do campo-grandense, com bar, pedalinhos, e muita moça bonita. Ganhou esse nome por ser cenário frequente de namoros no carro, ao som, certamente, de ié-ié-ié.
• O auto-cine também foi, por períodos intermitentes, a coqueluche da rapaziada motorizada de Campo Grande. A última tentativa de reavivá-lo foi nos anos 80, mas os filmes de arte programados não atraiam mais tanta gente quanto os western-spaguetti e pornochandadas dos anos 70.
• Campo Grande é uma das primeiras cidades brasileiras a contar, com um cinema no sistema multiplex. Instalado junto ao shopping, tem dez salas, com bar/café, poltronas especiais para namorados e sessões iniciando de 15 em 15 minutos.
• Campo Grande foi a primeira cidade brasileira a ser atendida por um sistema de TV a cabo comercial. O módulo inaugural cobria apenas algumas quadras do Jardim dos Estados, bairro nobre da Capital.
• A torre da TV Educativa, no Parque dos Poderes, tem 100 metros de altura e é apontada pelos construtores como a mais alta torre de alvenaria da América Latina.
• Também voltados para o céu vivem os ufólogos e testemunhas ocasionais de aparições de ovnis, bastante frequentes por aqui. Não faltam relatos e casos impressionantes, como o registrado nos anos oitenta no estádio Morenão, durante uma partida de futebol. Aqui se publica a revista UFO (única publicação do gênero no Brasil) e próximo daqui, em Rochedinho, uma comunidade mística prepara-se para o contato da redenção.
• Não menos avoado, mas mais atento às coisas do chão, encontra-se também aqui o poeta Manoel de Barros, por muitos apontado como o maior do Brasil hoje. Pode ser visto na rua pois, apesar da celebridade, ainda é um homem que "abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc."
• Não é preciso ir até o Pantanal para ver garças, tucanos, araras e jacarés. Eles estão por toda a cidade, disfarçados de orelhão, ouvindo segredos da população.
• A estrada de ferro, que em 1914 chegou a região trazendo o progresso e a modernização, apresenta uma curiosidade que só a engenharia da época pode explicar. Em vez de atravessar a cidade em linha reta, a ferrovia faz uma enorme curva para, depois da estação, dar praticamente meia volta e seguir então rumo á Corumbá. Esse trajeto pitoresco ficará marcado no desenho de ruas e bairros mesmo depois da da retirada dos trilhos do centro da cidade, que ocorreu em 2005.

Fonte: Wikipedia

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