“O maior problema das drogas hoje não é o tráfico, mas o consumidor”. Com essa afirmação, o promotor da infância e presidente do Conselho Estadual Antidrogas (Cead), Sérgio Harfouche, explica o foco da 12ª Semana Nacional Antidrogas, que começa nesta sexta-feira (18) e segue até o dia 26. Para ele, enquanto houver fácil acesso e incentivo ao uso de drogas, o problema persistirá. “O tráfico só existe porque há quem consome”, afirma.
O promotor destaca que o mercado de drogas é abastecido regularmente e cava vez mais os produtores utilizam mais produtos químicos, o que fazem com que a reação de dependência seja provocada com maior rapidez. “Há cada vez mais química no processo de produção, tudo para que a pessoa fique viciada mais rápido."
Harfouche defende o tratamento compulsório, ou seja, ao invés de deter um usuário, este seria encaminhado para ser tratado em uma clínica especializada mesmo que não quisesse. “Prender o usuário não resolve, ele tem que ser tratado intensivamente e passar pela responsabilidade compartilhada, ou seja, ao mesmo tempo que se trata ele responde pelo crime."
Legalização da maconha
Outra bandeira que será levantada durante a semana nacional é a da não legalização da maconha. Conforme o promotor, o governo federal estuda a implantação da Agência Brasileira da Maconha, para promover estudos sobre a erva e seus efeitos medicinais. A lei federal 11.343, segundo Harfouche, já em vigor, permite esses estudos. “Ao meu ver essas medidas incentivam o uso da maconha, que é uma droga que abre as portas para o uso de outras e para a dependência química”, assinala.
Um dos maiores problemas hoje, conforme o promotor, é que a concentração de THC (tetrahidrocanabinol), a substância química da maconha, aumentou de 3% para até 30% em alguns compostos vendidos, o que acarreta maios facilidade de dependência.
Caminhada
O evento forte da semana será a "Caminhada pela Vida", que vai reunir centenas de pessoas ligadas às ações antidrogas e ainda vai promover eventos culturais. A concentração será às 16h deste sábado (19), em frente ao Memorial da Cultura (antigo Fórum) na Fernando Corrêa da Costa. De lá, os caminhantes serguirão para a Praça do Rádio, onde vai haver apresentações de teatro, música e dança.
Por: Lucia Morel - (www.capitalnews.com.br)
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Mentira... 3% é a quantidade de THC na Canabis Ruderalis, o cânhamo,e isso nem dá prá fumar. A maconha consumida no mercado (canabis sativa) não alcança nĩveis tão altos qto 30% de THC. Quem alcança esse nível é a Canabis Indica (essa nem proibida pela Lei =P), conhecida como Skank. Mas o comércio dela nem é feito pelos mesmos traficantes de maconha. Para se cultivar cânhamo é necessário ambiente controlado e controle de qualidade intenso, coisa que a maconha no Brasil não possui...
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