Terça-feira, 16 de Abril de 2024


Bem-Estar Domingo, 28 de Julho de 2019, 11:53 - A | A

Domingo, 28 de Julho de 2019, 11h:53 - A | A

Coluna Bem-Estar

Governo brasileiro atende ONU e lança campanha para melhorar qualidade do ar

Por Pérola Cattini

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

SUS gasta R$ 14 bi por ano com pessoas internadas por causa da poluição das cidades

Divulgação

ColunaBem-Estar

O governo brasileiro atendeu pedidos da Organização das Nações Unidas (ONU) e lançou uma campanha para monitorar a qualidade do ar nas cidades brasileiras e mobilizá-las para os malefícios da poluição. O projeto, chamado Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar, será tocado pelo Ministério do Meio Ambiente com apoio de várias entidades, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a ONU Meio Ambiente.

A rede é parte de outro projeto, chamado Respire Vida, da ONU Meio Ambiente, das Organizações Pan-Americana e Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde brasileiro. De acordo com o ministro Luiz Mandetta, o Brasil gasta R$ 14 bilhões por ano com internações ligadas a problemas respiratórios decorrentes da poluição. A OMS já alertou que, no mundo todo, nove entre dez pessoas respiram ar com elevados níveis de poluentes, e que sete milhões de mortes são registradas a cada ano por causa da poluição.

“Temos diferentes climas no país e diferentes momentos da qualidade do ar. Muitos pensam que a poluição do ar se concentra em grandes centros urbanos ou próximos a complexos industriais, mas ela atinge todas as regiões. Por isso, queremos aumentar a parceria com o Ministério do Meio Ambiente para podermos, juntos, alcançar uma política sustentável que garanta qualidade do ar nos grandes aglomerados urbanos e para quem está em espaços sujeitos a queimadas e baixa umidade do ar, como o Centro-Oeste brasileiro”, disse Mandetta no lançamento do projeto.

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, neste ano, mostrou que a poluição do ar é capaz de modificar o microbioma intestinal -- uma transformação que, até então, os médicos acreditavam que só poderia acontecer por meio da dieta.

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP, foi colocado recentemente na lista da consultoria internacional Clarivate Analytics como um dos pesquisadores mais relevantes e influentes do mundo por seus estudos sobre mudanças climáticas globais, meio ambiente na Amazônia e poluição do ar em regiões urbanas. Suas pesquisas mais citadas internacionalmente são sobre o impacto de emissões de queimadas na saúde pública e no meio ambiente amazônico e sobre como o processo de ocupação da Amazônia está afetando o ciclo hidrológico na região.

A maior parte das mortes por causa de poluição está relacionada à exposição a partículas finas em ar poluído, que penetram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, causando acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, incluindo pneumonia. Em ambientes refrigerados, é importante limpar regularmente o ar-condicionado para que este não acumule as partículas poluentes.


No lançamento da campanha, o Ministério do Meio Ambiente expôs a Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar e recebeu da ONU uma cartilha com sugestões para melhorar a qualidade do ar nas cidades do país. “No mundo todo estamos celebrando e chamando a atenção porque essa questão é muito importante. Os cidadãos precisam estar sensibilizados para atuar nesse debate.No Brasil, a campanha é de conscientização e de apoio aos municípios e também tem um foco na disseminação da existência de unidades de monitoramento da qualidade do ar de que o país pouco dispõe”, disse a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú.

Comente esta notícia


Colunistas LEIA MAIS