Sexta-feira, 19 de Abril de 2024


Cultura Sábado, 16 de Julho de 2022, 17:42 - A | A

Sábado, 16 de Julho de 2022, 17h:42 - A | A

Coluna Cultura

Semana do Dia Mundial do Rock: a pluralidade do rock nacional

Por Luisa Pereira

Da coluna Cultura
Artigo de responsabilidade do autor

O Brasil tem talento para dar e emprestar no gênero musical que revelou tantos imortais

iStock

ColunaCultura

A música brasileira é tão diversa quanto a população, fauna e flora do país. Somos uma nação plural e riquíssima em diversidade, e é por isso que o rock brasileiro é um caldeirão, com bandas que nos orgulham em sermos brasileiros. No dia 13 de julho, comemoramos o Dia Mundial do Rock, o estilo musical que revolucionou a música na segunda metade do século XX e até hoje representa um estilo de vida. Hoje é dia de rock, bebê, e o Brasil tem talento para dar e emprestar neste gênero musical que revelou tantos imortais.

Há quem diga que, desde o sucesso de Raul Seixas, Titãs, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Charlie Brown Jr. e Raimundos, o rock sumiu das rádios nacionais. De fato, bandas de rock atualmente não tocam nas rádios, mas tocam nos corações de muitos amantes da boa música. Mas nem só de passado vive o rock nacional, pois novos talentos enriquecem a nossa música, com o frescor da juventude.

O tom da juventude
Brasília tem tradição em ser terreno fértil para bandas de rock. Formada em 2009, a Scalene é uma delas. Filha do cerrado, mescla a ousadia das suas referências com o peso dos riffs e a voz melódica do vocalista. Lá em Belo Horizonte surgiu a Pense, em 2007, uma banda de hard core composta por músicos já conceituados na cena do rock independente mineiro. Lá do maravilhoso Rio Grande do Norte vem a banda Far From Alaska, criada em 2012, e a vocalista Emmily Barreto é considerada por muitos a melhor vocalista do rock nacional.

A Fresno não é tão jovem assim, mas ainda é muito ativa na cena nacional. Criada em 1999, com uma legião de fãs que lotam todos os shows, o estilo da banda já mudou muito com o passar dos anos, mas continua muito presente na representatividade do gênero. Lá em Salvador se destaca a Vivendo do Ócio, que já está na cena desde 2006 e faz o casamento do rock clássico com elementos contemporâneos. Além da Maglore, formada em 2009, também em terras soteropolitanas, uma banda de rock alternativo que traz referências em cada acorde.

Toca Raul!
Todo show de rock que se preze tem um fã de Raul Seixas para pedir um Toca Raul! Isso porque o baiano, fã de Elvis Presley, marcou a música nacional, com seu jeito debochado e seu jeito inusitado de fazer música. Foi ele quem disse que o diabo é o pai do rock. Lá da Bahia também veio a Pitty, com um rock que fala de amor e faz protesto, e seu estilo marcante é símbolo de ousadia desde 2003.

Lá no cerrado parece que o espírito do rock já nasce no sangue, e um dos maiores nomes do rock nacional veio de lá e sempre trouxe o Distrito Federal para o cenário das canções. As letras da Legião Urbana embalaram gerações e viraram até filmes. É lá em Brasília que surgiram também Capital Inicial e Raimundos, dois gigantes do rock nacional.

A estrela do Charlie Brown Jr., banda de rock surgida no final dos anos 90, sempre foi o vocalista Chorão, responsável pelas letras e pelo tom  rebelde do grupo. Mas a banda era composta por excelentes músicos, que misturavam o amor pelo skate com rock de qualidade. Outro grande clássico do gênero são os Mamonas Assassinas, com solos de guitarra dignos de monstros do rock. A banda foi um fenômeno no início dos anos 90, e só não fez mais sucesso porque perdeu a vida em um trágico acidente de avião.

Para muitas pessoas, se fosse possível entrar em uma máquina do tempo, elas iriam querer curtir o show de algumas dessas bandas que deram ao rock nacional uma força desproporcional. A história do nosso rock é cheia de nomes inesquecíveis, como Barão Vermelho, Skank, Engenheiros do Hawaii, O Rappa, Sepultura, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Angra, Rita Lee, Os Mutantes e Matanza. Não amá-los “é improvável, é impossível”.

Pode ser mesmo que as rádios não prestigiem o rock nacional, mas, para desfrutar dessa riqueza que é nossa, basta recorrer à internet. Vale a pena conhecer as bandas que estão dando a cara do rock nacional hoje, mas também ver como eram feitos os clipes na época de Raul Seixas, por exemplo.

Para acessar todos esses conteúdos, não é necessário ter uma máquina do tempo, basta ter um smartphone ou um notebook Acer que a viagem no tempo fica por conta do acervo virtual disponível.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS