Falta de organização financeira é um dos principais motivos para o insucesso das micro e pequenas empresas
Ter um pequeno negócio é um grande desafio por várias razões. Uma das principais delas é a falta de gerenciamento financeiro, decorrente da pouca ou às vezes até mesmo nula educação financeira que recebemos. O controle dos gastos acaba passando muito longe da rotina de muitos negócios com consequências danosas, como endividamentos e falta de capital para investimentos. Nesse cenário, um hábito muito comum e perigoso é a falta de separação entre o caixa da empresa e o dinheiro pessoal.
Não são raros os casos em que os microempresários enxergam o caixa de sua empresa como seu dinheiro pessoal. O fácil acesso às contas do CNPJ acaba virando um recurso para pagamento de pequenas despesas do dia-a-dia, como contas, compras, entre outros gastos pessoais. A falta de distinção entre o que pertence à pessoa jurídica e a pessoa física deve ser sanado quanto antes para obter mais saúde financeira.
Algumas atitudes bastante simples podem orientar o empreendedor a colocar as finanças no rumo certo. A primeira delas é um registro fidedigno dos lucros e despesas da empresa. Fazer um levantamento de tudo que entra como lucro e de tudo que sai como despesa é a melhor forma de ter ideia do fluxo de dinheiro que passa pelo caixa da empresa. A falta desse registro é algo muito comum e principal motivo pelo desbalanço financeiro. Montar uma planilha é a melhor maneira de visualizar esses dados.
O segundo passo é definir um "pró-labore", isto é, um salário-base, que servirá como referência do quanto você poderá receber do seu negócio, com base nos dados obtidos com a confecção da planilha. Um erro grave consiste em tirar mais dinheiro do caixa do que ele pode suportar, ficando sempre no vermelho. É importante entender que o salário é um gasto fixo como qualquer outro, que deve ser pago com o retorno financeiro da empresa.
A próxima medida é ter contas separadas para o CNPJ e para a pessoa física. Pela mesma razão exposta, ter uma conta unificada é um convite para o descontrole nos gastos. Além disso, o controle fica mais fácil de ser feito quando se pode ver os extratos da conta. Essa medida também reforça o hábito e condiciona o empreendedor a entender que o dinheiro da empresa é somente da empresa.
O último passo, mas não menos importante, é procurar fazer reservas com o dinheiro que sobra. Elas serão úteis em momentos de emergência e também podem ser uma medida a ser posta em prática na vida financeira pessoal. Essas reservas podem funcionar como futuros investimentos, ou mesmo serem depositadas em poupanças, ou títulos de capitalização.