A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse que o Pantanal pode deixar de existir até o fim deste século, se o mundo não for capaz de reverter o cenário de aquecimento global. A declaração foi feita durante audiência pública realizada ontem pela Comissão de Meio Ambiente do Senado, para a qual foi convidada para falar sobre queimadas. “Segundo os pesquisadores, se continuar esse fenômeno, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada”, afirmou.
A cada ano, disse a ministra, a cobertura vegetal da região diminui em razão do desmatamento e de queimadas, o que prejudica a bacia. Sobre a seca e incêndios que atingiram parte do país no último mês, a ministra ressaltou que as ações preventivas do governo desde 2023 foram importantes para que a situação não fosse “completamente incontrolável”. Salientou ainda que o esforço do governo federal para o combate a esses fenômenos é para “empatar o jogo”, já que as condições climáticas estão críticas.
A ministra também voltou a dizer que a ação humana tem contribuição no cenário atual e que parte dos incêndios são criminosos e em entrevista, após a reunião, defendeu o aumento das penas para esse tipo de crime. A legislação atual estabelece reclusão de dois a quatro anos, além de multa, para quem provocar incêndio em floresta ou em demais formas de vegetação. “Eu, particularmente, defendo que a pena seja aumentada porque ficar entre dois anos, quatro anos e cinco anos, tem muita gente aí que acha que o crime compensa. E o crime não pode compensar para essas pessoas”, afirmou Marina.
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Brasil enfrenta a pior seca da história
O Brasil enfrenta a pior seca em 70 anos. Desde 1950, não se registrava situação tão grave no país, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Foram avaliados dados de 1950 a 2024 utilizando o Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração, ferramenta para medir e monitorar a seca, que leva em conta a quantidade de chuva que cai e a quantidade de água que se perde por evaporação e transpiração das plantas. O boletim de agosto aponta 3.978 municípios com algum grau de seca, 201 deles em condição de seca extrema. A previsão é de que o número suba para 4.583, com 232 em seca severa agora em setembro. E a situação pode se agravar já que a previsão é de atraso no início da estação chuvosa. No ano passado, cerca de 30% dos municípios brasileiros apresentaram ao menos um mês de condição de seca severa, extrema ou excepcional. (Com Agência Brasil)
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