O Congresso Internacional da Carne, “Carne de qualidade para todos os povos” foi aberto oficialmente em Campo Grande, nesta manhã de quarta-feira (8) com destaque a Mato Grosso do Sul, ao crescimento do consumo pelas classes sociais no país e da importância do agronegócio na economia nacional.
A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu, falou em palestra no evento dizendo que passaria sua impressão como produtora e presidente de uma entidade, pois não é especialista no assunto da carne. Mas que o produto faz parte do agronegócio brasileiro que é responsável por ser um dos ou o principal sustentáculo da economia nacional.
“Temos que olhar e saber, divulgar que a Carne dentro do agronegócio é de suma importância. Que se não fosse nosso setor a balança comercial do país seria negativa. Fornecemos R$ 20 bilhões para a economia ficar positiva, pois os demais setores não atingiram percentuais negativos em 2010”, declarou.
De acordo com a presidente, o agronegócio gerou seu saldo positivo em R$ 63 bilhões e os demais setores produtivos tiveram R$ 40 bilhões, só que negativo. Assim subtraindo os números do agronegócio com todos os demais setores, a balança comercial permaneceu positiva em R$ 20 bilhões.
Mercado
Para a presidente da CNA é preciso ficar de olho na geografia da pecuária brasileira, no mercado mundial e na mobilidade dos produtos alimentícios, em especial a carne, por meio das mudanças das classes sociais do país.
“O Brasil exporta 33% da carne que o mundo consume, sendo que o país só manda ainda 19% de tudo que produzimos. Assim temos muito que aumentar o mercado internacional e ver também assim o grande consumo que temos internamente”, explicou.
Público de 1,2 mil participantes atentos a presidente da Confederação Nacional da Agricultura
Foto: Deurico/Capital News
Kátia chamou atenção ao mercado interno com a evolução da economia e aumento de renda das classes sociais. Bem como a venda e o marketing do produto deve ter atenção especial a onde está o cliente.
A produtora mostrou que composição das classes de renda evoluiu no país após a política do plano Real e estabilidade da economia. A classe C ou média está sendo, atualmente, a metade da população no país e atingindo aproximadamente 50% do poder aquisitivo. Para ela, isto é um fator e deve ter atenção especial de todos os produtores.
“Temos que ir onde está a venda. O poder de compra da classe C ficou maior que o das A e B. Hoje temos 20 milhões de pessoas dentro da A/B, que possuem 44% de poder aquisitivo. Já a outra parte, 96 milhões de pessoas, está na C, o que equivale a 50,5% da população com 46% de poder aquisitivo. Onde então temos que ir e dar mais atenção. Onde ou quem é os ‘ricos’ hoje. Não é briga de classes, mas onde o mercado está”, analisou Kátia.
Aumentar produção
Segundo a produtora, a política econômica após plano real se manteve e isto teve e tem um peso extraordinário para o país. Ela afirma que se conteve e manteve a economia estável. E com isto, se fornece o aumento da renda e riquezas de um país.
“Desde o Itamar Franco, o Fernando Henrique e depois o Lula manteve a política econômica nos eixos foi fator de crescimento do país e de seu povo. Quando um povo tem mais dinheiro ele come melhor, ele consome e assim aumenta a produção”, explicou.
Contudo a senadora afirmou que se devem ter mais incentivos e os produtores também aumentarem a produção e estar atento aos consumidores. Ela aconselhou que se deve fazer a propaganda e ir onde o mercado está.
“Precisa estar de olho nos consumidores havidos. O poder de compra dos brasileiros aumentou e se deve fazer propaganda dos nossos produtos. Temos que aumentar a produção, por mais difícil que esteja a situação ainda. No Brasil se consome somente 13 quilos de carne, enquanto na Europa são 60 quilos, mas não hoje, por falta de recursos, mas temos de ir onde está o consumidor que esta com poder de compra”, aconselhou a presidenta.
Conforme relato de Kátia Abreu, já se aumentou, mas é preciso ampliar o consumo da carne e de todos os produtos do agronegócio. Ela disse que as classes C,D e E que ascenderam aumentaram o consumo, mas ainda tem baixo percentual no peso entre o consumo de alimentos.
“A calsse C aumento seu consumo de carne em 24% e as pessoas da D e E subiram 22%, com melhor poder aquisitivo. No entanto isso ainda é só 8% no peso do consumo da carne nos alimentos”, detalhou.
Presidente do CNA proferindo sua palestra
Foto: Deurico/Capital News
Congresso
O evento acontece pela segunda vez no Brasil trazendo palestrantes de diversos países a se apresentarem para um público de 1,2 mil participantes do país e do exterior. Estarão em discussão, hoje e amanhã, os aspectos da cadeia produtiva da carne e as transformações pelas quais o setor vem passando. Como também serão tratados sobre os meios produtivos sustentáveis, os novos mercados, o abastecimento em todo o mundo e o marketing desse produto.
As atividades praticas serão em palestras, debate e mesa redonda entre especialistas nacionais e internacionais, que acontecerão na Capital.
Conforme divulgação da organização do evento, Famasul e International Meat Secretariat (IMS), os especialistas nos assuntos que estarão presentes são: o advogado Scott Andersen, famoso por ganhar casos de barreiras sanitárias; a especialista em nutrição animal Grethe Andersen; a consultora da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) Caroline Planté, o australiano referência em marketing da carne bovina, John Cox.
Como ainda Carolyn Opio da Organização da Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) falará sobre sustentabilidade na produção de bovinos.
Centro de convenções com 1,2 mil participantes no Congresso Internacional
Foto: Deurico/Capital News
Por Lúcio Borges - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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