Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e a Agência Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (Agraer) irão movimentar a bacia leiteira do Estado. A Agraer é um dos parceiros dos Arranjos especialmente no leite, onde entra com a assistência técnica e ambos serão contemplados na 2ª edição do Programa MS Forte 2, que nos próximos anos movimentará R$ 3,6 bilhões.
Nesta edição, segundo dados do governo do Estado, está prevista para a produção e desenvolvimento sustentável 706 milhões de reais e neste montante encontra-se a reforma e ampliação do Centro de Capacitação e Pesquisa da Agraer (Cepaer), com a instalação de laboratórios, aquisição de veículos, materiais de informática e equipamentos. Já os APLs receberão fomento nos setores de cerâmica, piscicultura, turismo, apicultura, base florestal, vestuário e leite.
De acordo com a titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Correa da Costa, o carro chefe será o leite. “Temos dois polos no Estado, o da região de Campo Grande e o de Glória de Dourados, além de ser a renda de muitos agricultores familiares”, disse.
Segundo o diretor-presidente da Agraer, José Antônio Roldão, as melhoras na infraestrutura da instituição só irão melhorar as ações que já vêm sendo realizadas em parceria com os APLs. “Especialmente na bacia leiteira, onde prestamos assistência técnica e agora iremos contratar também para reforçar os trabalhos”, contou.
Para o prefeito de Glória de Dourados, Arceno Athas Júnior, o investimento resgatará a credibilidade do produtor local, que tem umas das produções mais altas do Estado. “O município produz mais ou menos 70 mil litros por dia, mas a produção da região de Glória chega a 200 mil. Mas o primeiro ponto que eu gostaria que fosse mudado é o preço pago pelo litro e segundo, a melhoria da assistência técnica”, destacou o prefeito.
A região de Glória compreende os municípios de: Angélica, Fátima do Sul, Deodápolis, Vicentina, Novo Horizonte do Sul e Glória de Dourados. Já a região de Campo Grande engloba Campo Grande, Jaraguari, Terenos e Rochedo.
Os APLs
Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), os arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação.
Em MS atualmente existem 12 APLs: do leite da região de Campo Grande e da região de Glória de Dourados; sucroenergética da região da Grande Dourados; do vestuário da região de Dourados e de Nova Andradina; da piscicultura da Grande Dourados; do Turismo da Serra da Bodoquena; da Cerâmica da região de Rio Verde; da apicultura da região do Pantanal e da região do Bolsão e da base florestal, no município de Ribas do Rio Pardo. Estas encontram-se ativas. Em fase de estruturação estão a da erva-mate na região da Fronteira e a da mandioca no município de Ivinhema.