Encontro com peemedebistas simpatizantes à candidatura de Valter Pereira ao Senado em 2010 lotou o clube Libanês, na Capital, na noite de sexta-feira, 4 de novembro. O atual senador concorre em prévias internas do partido com o deputado federal Waldemir Moka a possibilidade de representar a legenda na disputa eleitoral do ano que vem.
Valter, durante o evento, pela primeira vez, admitiu que realmente deixaria o PMDB caso não existissem as prévias.
“A cúpula está hoje permeada por acordos. (...) Eu acredito na militância. Porque, quem é que sai às ruas para unir? É o militante. (...) Como a militância não participa dos conchavos, como ela não sabe dessas tratativas que acontecem lá em cima – e não sabe mesmo – não entende por que o partido que tem diretórios em todo este País não está com candidato próprio [à Presidência], está como vice da Dilma [Rousseff (PT), ministra-chefe da Casa Civil]. Será que se fosse a militância que decidisse, eles iam querer isso?”
Simpatizantes à candidatura de Valter Pereira ao Senado em 2010 lotaram o clube Libanês
Foto: Deurico/Capital News
“No momento em que eu sentia que estavam preparando para mim uma cilada, eu disse o seguinte: ‘Não sou boi para entrar em brete’. E boi que entra em brete é para levar vacinação – com agulha grossa –, ou é para contar o casco ou é para ir para o frigorífico. E eu não quero ir para frigorífico. E se eu não quero ir, eu não fico neste partido.
Aí, o governador André Puccinelli me procurou. O que é que você quer para ter a certeza de que você não vai ser ludibriado? Eu disse o seguinte: Eu quero que a militância seja ouvida. Se a militância for ouvida, aí eu acredito e confio que não vou ser ludibriado”, complementou.
“No dia 7 de março, vai ocorrer o julgamento. O PMDB vai se transformar num tribunal de júri e os militantes vão promover o julgamento. Eu vou ser julgado e o resultado desse julgamento, eu acatarei”, finalizou.
O caminho seria o PSDB, legenda para a qual o filho, Beto Pereira (prefeito de Terenos e presidente da Assomasul – Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) ex-peemedebista migrou.
Prévias
O presidente do partido em Mato Grosso do Sul, Esacheu Nascimento, esteve no evento. Ele lembrou o senador Ramez Tebet, que morreu em 2002 e deixara a vaga para Valter, escolhido como seu primeiro suplente.
"Em respeito ao senador e ao deputado, o Diretório vai garantir a ocorrência dessas prévias", enfatizou Esacheu
Foto: Deurico/Capital News
“O senador Valter Pereira é um cidadão que vem construindo um momento importante na política brasileira quando nós vemos tantos desencontros, tanta falta de ética e ele continua firme em sua posição de verdadeiro emedebista, de verdadeiro peemedebista”, comentou Esacheu.
O presidente da sigla enfatizou que a despeito de dizeres de que os prefeitos Nelson Trad Filho (de Campo Grande) e Simone Tebet (de Três Lagoas) possam ainda aparecerem como pré-candidatos ao Senado pelo PMDB, as prévias serão realizadas. “Na qualidade de presidente do Diretório Estadual, fui indicado pelo Valter e pelo deputado Moka para presidir as prévias que vão acontecer no dia 7 de março.
E eu quero dizer que há muito diz que diz por aí, na imprensa e na Assembleia Legislativa, dizendo que essas eleições prévias poderiam não ocorrer. Mas, política, diferentemente do que pensam alguns, é coisa muito séria. No Diretório foi feita uma decisão e que tem efeitos jurídicos. Em respeito ao senador e ao deputado, o Diretório vai garantir a ocorrência dessas prévias”, enfatizou Esacheu.
Ele lembrou das convenções, no dia 12 de dezembro. “Para que todos possamos ir, comparecer e vamos mostrar que nós somos de um partido forte, de um partido aguerrido e que nós não somos apenas meros filiados a prestar homenagens para uma cúpula partidária.”
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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