O Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) recebeu somente no ano passado, 2.257 animais oriundos de recuperação do tráfico, resgates em áreas urbanas, queimadas, incêndios florestais ou entregas voluntárias. Desde sua criação, em 1988 pelo governo eestadual, cerca de 26.379 animais já passaram por lá.
Segundo o Cras, do total de apreensões, 68% são aves, 20% são mamíferos e 12% são répteis. Entre as espécies comuns, que mais são visadas para o tráfico estão o papagaio-verdadeiro, curió, canário-da-terra, tucano, arara-canindé, pássaro-preto, macaco-prego, gambá-de-orelha-branca, quati, sagüi-de-tufo-preto, veado-catingueiro, jabuti, jibóia, cágado, caiçaca, sucuri e falsa-coral.
Os animais enviados ao Cras passam por triagem e a prioridade é o retorno deles à natureza após a reabilitação. Os animais que não podem voltar ao ambiente, como as onças, são remanejados para criadouros conservacionistas ou zoológicos.
A PMA (Polícia Militar Ambiental) alerta a população e turistas para que não tentem comprar ou capturar os animais silvestres, já que desde 2008 a lei ficou mais severa, principalmente para animais em extinção.
De acordo com a Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), organização que combate o tráfico de animais silvestres, o Brasil possui cerca de 1.800 espécies de aves, o que representa 20% das 9 mil espécies existentes no mundo. No entanto, é o primeiro em número de espécies em extinção, já que das 1.212 aves ameaçadas no mundo, 120 estão no País.
Tráfico versus Legalidade
O tráfico de animais silvestres é o terceiro em volume no País, só perde para o tráfico de drogas e armas e a estimativa é que ele movimente até US$ 6 milhões por ano
No entanto, as pessoas que se interessam em adquirir um animal silvestre, devem procurar o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para se informar quais os criadouros do Estado são cadastrados. A compra de qualquer animal ou apreensão pode causar danos á saúde do proprietário, já que muitas espécies possuem doenças que são contagiosas, como vírus ebola, hantavírus e clamidiose.
A compra de animais silvestres sem nota fiscal, autorização e garantia de procedência é crime ambiental. A pessoa é multada em R$ 500 e se o animal constar na lista de espécies em risco de extinção do Ibama, são mais R$ 5.000, além de pena que pode variar de um a quatro anos de prisão ou pena alternativa.
Serviço
As visitações ao Cras são realizadas às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, através de agendamento feito pelo Parque Estadual do Prosa, somente pelo telefone (67) 3326-1307. As pessoas que quiserem fazer doações voluntárias de medicamentos, rações, frutas e carnes devem entrar em contato com a administração do Centro.
Por: Nadia Nadalon-estagiária (www.capitalnews.com.br)