Boa parte dos aproximadamente 2,5 mil agentes comunitários de saúde da Capital prometem entrar em greve a partir de terça-feira (2). Segundo o Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública de Campo Grande), a categoria não vem recebendo devida atenção da Prefeitura. Eles reivindicam aumento salarial de 63% e dizem ter documentos que comprovam a legalidade do reajuste.
Como principal objetivo da paralisação, está a elevação dos salários dos atuais R$ 477,00 para R$ 1,4 mil. No sábado, pó conselho do Sintesp esteve reunido com o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), em seu gabinete.
“Fomos enxotados. O prefeito nos tratou como se trata um cachorro”, diz ao Capital News, via telefonema, Paulo Cesar Ribeiro, um dos conselheiros do Sintesp.
Segundo Paulo Cesar, o encontro com Nelsinho começou às 8h30 e não teria durado meia-hora. “Tínhamos gráficos para mostrar que o reajuste é correto e precisa ser feito. Só queríamos perguntar por qual motivo ainda não nos foi concedido o reajuste. Só queremos o nosso direito.”
Reivindicações
A categoria quer fixação do piso salarial em R$ 1.485,76 para agentes epidemiológicos e de R$ 1.991,06 para os comunitários e de saúde.
O Sintesp formulou uma proposta de Plano de Cargos e Carreiras (PCC). Conforme o texto, o salário dos agentes poderia chegar a até R$ 3.088,78. Por 8 horas de trabalho diárias (40 horas semanais), uma das três categorias de agentes de saúde recebe R$ 477,00.
Dengue
Seis casos de morte que podem ter sido causadas dengue hemorrágica estão sendo investigadas na Capital. O trabalho dos agentes é o principal no controle e combate do mosquito aedes aegypti, transmissor do vírus provocador da doença.
Por diversas vezes, o secretário municipal de Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o prefeito Nelsinho afirmaram que uma paralisação dos funcionários seria prejudicial às atividades de combate ao inseto.
Conforme Paulo Cesar Ribeiro, a questão da greve ter sido colocada como possibilidade é devido “à falta de diálogo com a Prefeitura”. “Em momento algum os agentes queriam ou querem parar. Vamos continuar com 30% de efetivo. A greve precisa de uma questão legal para acontecer que é o diálogo. Quem parou as negociações é o prefeito. Em momento algum, aparamos as negociações, estamos dispostos. Se, para o prefeito, seis mortes não é preocupante, para nós, é. Isso é um problema muito sério. Mas, queremos diálogo”, diz, ao Capital News.
Amanhã (2), os agentes preparam manifestação em frente à Prefeitura e esperam ser ouvidos pelo prefeito. “Na quarta passada, tínhamos também encontro marcado, mas ele cancelou, segundo a secretária, para ir entregar uniformes nas escolas. E, no sábado, fomos enxotados. O que queremos, é só nosso direito, é só conversar e mostrar nossos gráficos”, finaliza Paulo Cesar Ribeiro.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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