Valter Pereira acusa Moka de compra de votos

Ana Maria Assis e Marcelo Eduardo - Capital News

Domingo de votação e tensão no PMDB. Nesta manhã é realizada a eleição interna para que os filiados do partido escolham entre o senador Valter Pereira e o deputado federal Waldemir Moka para a candidatura ao Senado em 2010. O clima na escola Joaquim Murtinho, no centro da Capital, é de conflitos sutis por parte dos “cabos eleitorais” dos candidatos. Valter Pereira chegou a acusar em alto e bom som que Moka estaria comprando voto. “Chegou ao meu conhecimento que pessoas estão sendo pressionadas por parte da primeira dama de Campo Grande e do ‘primeiro damo’ de Três Lagoas”, referindo-se a Antonieta Trad e Eduardo Rocha, esposa de Nelsinho Trad e marido da prefeita Simone Tebet. Eduardo é também presidente do PMDB em Três Lagoas. Valter disse ainda que “isso [a compra de votos que afirma ocorrer] pode comprometer o resultado e macular a vontade do eleitor”.

Por volta das 10h, Antonieta chegou ao local de votação, onde Beto Pereira, filho de Valter e prefeito de Terenos, já se encontrava reclamando de quem entrava com o botton do Moka dentro da escola fazendo campanha, o que, segundo ele, não é permitido: "Só pelo lado de fora do portão é o que foi decidido", dizia.

Antonieta disse, entre abraços e distribuições de bottons, negando seu envolvimento com compra de votos ou coação de servidores: “Tenho muito respeito pelo senador Valter. Aquele que vencer vai ter o respaldo do partido. Só tenho a elogiar o senador”, afirmou a primeira dama. Ela, em meio a abraços a correligionários, dizia: "Isso é coação? Uma senhora como esta [mostra idosa de aproximadamente 70 anos] é funcionária pública? Ela está aqui obrigada ou por vontade própria?"

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Para senador, primeira-dama e secretária de Asistência Social da Capital, Antonieta Trad, "chefiou sistema de coação e corrupção eleitoral"; ela diz que respeita o senador, mas que todos votam porque querem e que não existe qualquer opressão
Foto: Deurico/Capital News

Esacheu Nascimento, presidente do diretório estadual do PMDB, afirma que nenhuma denúncia oficial chegou até ele. Ele diz também que “ficou acordado que todas as denúncias precisam ser feitas por escrito”.

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Presidente regional do PMDB, Esacheu Nascimento, diz que precisa de denúncia protocolada por escrito para chamar diretório e que, só após isso, o diretório tomará alguma decisão sobre as prévias
Foto: Deurico/Capital News

Ao responder sobre possibilidade de entrar na Justiça, Valter diz: “Não pretendo entrar na Justiça, mas, seguramente, não vou digerir o resultado contendo corrupção eleitoral”.

Valter lembrou que “o voto é secreto e isso confere certa garantia, mas não total”. Após já ter acusado Antonieta e Eduardo de compra coação, reafirmou a denúncia: “Está havendo coação por parte da primeira dama de Campo Grande e isso tem que ser muito bem explicitado 'pra' ser digerido. A coação está sendo em ‘crecheiras’, servidores...”. E, disse ainda, em metáfora: “Sinto cheiro de contaminação do pleito.”

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Valter diz que compra de votos era praticada ali mesmo à frente da escola
Foto: Deurico/Capital News

Moka, por sua vez, preferiu não comentar as denúncias de Valter, apenas afirmou: “A minha campanha foi a mais limpa possível. Não temos essa prática [sobre a compra de votos]".

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